A influenciadora digital Bia Miranda está entre os influenciadores investigados pela Polícia Civil do Rio de Janeiro na Operação Desfortuna, realizada nesta quinta-feira (7), que apura um esquema de divulgação ilegal de jogos de azar online, conhecido como “Jogo do Tigrinho”. Além dela, também são alvos da ação outros criadores de conteúdo, como dois ex-namorados da jovem, DJ Buarque e Gato Preto, e a mãe da ex-Fazenda, Jenny Miranda.
Durante as diligências em São Paulo, o influenciador digital MauMau foi preso em flagrante, após os agentes encontrarem uma arma na residência dele. Além disso, as gêmeas Paulina e Paola de Ataíde também estão sendo investigadas. A operação se estendeu pelos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, e os crimes apurados incluem lavagem de dinheiro, estelionato, propaganda enganosa e delitos contra a economia popular.
Detalhes da investigação contra Bia Miranda e os outros
“Eles estavam usando as suas redes, com seus milhões de seguidores, para promover jogos de azar e cassinos online”, afirmou o delegado Renan Mello. “Importante pontuar que a gente não está falando de casas de apostas esportivas, as bets. Eles estavam divulgando os caça-níqueis on-line, e o mais famoso deles no Brasil é o Tigrinho”, destacou.
A Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD) cumpriu 31 mandados de busca e apreensão contra 15 pessoas, a maioria delas influenciadores digitais com uma audiência combinada de quase 35 milhões de seguidores nas redes sociais.
Segundo as investigações, os criadores de conteúdo estariam atraindo seguidores para plataformas de jogos ao prometer lucros rápidos e expressivos. Relatórios emitidos pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) indicam que os envolvidos movimentaram aproximadamente R$ 40 milhões em contas pessoais entre os anos de 2022 e 2024.
“Eles divulgavam promessas de ganhos muito elevados, chances de mudança de vida, a partir da realização desses jogos online. E mostravam também um padrão de vida extremamente elevado, como uma forma de estimular os seus seguidores a fazer essas apostas. O problema é que esses jogos, na maioria esmagadora das vezes, não entregam chances reais de ganho, e as pouquíssimas vezes que os apostadores acertam, eles não conseguem retirar os seus lucros”, disse Mello.
E mais!
A investigação também revelou um outro suposto esquema. “A gente também descobriu que eles fazem parte de um esquema de movimentação financeira que cooptava valores dos seus apostadores e os difundia em diversas instituições de intermediação de pagamentos, além de empresas de fachada”, explicou o delegado. A estimativa da polícia é de que o total movimentado pela rede criminosa seja de R$ 4,5 bilhões.
As autoridades ainda investigam se os influenciadores recebiam comissões baseadas nas perdas dos jogadores que acessavam os sites através de seus links de divulgação. Há também indícios de que alguns deles não apenas promoviam os jogos, mas movimentavam montantes significativos em contas pessoais ligadas à operação.
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