Com base no preço do hambúrguer na rede McDonald’s em diferentes países, ranking revela que o real está 28,4% abaixo do valor “justo” em relação ao dólar americano
Por Giovanna Sfalsin via Correio Braziliense
O Brasil aparece na 31º posição no Índice Big Mac, ranking elaborado pela revista britânica The Economist para medir distorções cambiais no mundo.
Com o levantamento, a moeda brasileira está 28,4% desvalorizada em comparação ao dólar dos Estados Unidos, de acordo com o conceito de paridade do poder de compra.
Essa é uma forma bem-humorada de estimar se uma moeda está sobrevalorizada ou desvalorizada em relação ao dólar. O cálculo é baseado no preço do Big Mac, sanduíche vendido pelo McDonald’s, que é praticamente o mesmo em diversos países. A lógica é simples: se um produto idêntico custa muito mais ou muito menos em outra moeda, há um desajuste cambial.
Enquanto um Big Mac custa atualmente US$ 6,01 nos Estados Unidos, no Brasil o mesmo lanche sai por R$23,90. Com isso, a taxa de câmbio implícita pelo sanduíche seria de R$3,98 por dólar. No entanto, o dólar comercial está bem acima disso, evidenciando uma desvalorização do real de 28,4% frente ao valor considerado “justo” pela paridade de poder de compra.
De maneira mais fácil, se o real está 28,4% desvalorizado em relação à sua “paridade” (que seria cerca de R$ 3,98 por dólar), significa que você precisa de mais Reais do que R$ 3,98 para comprar um dólar, indicando que o real é mais “barato” do que deveria ser com base no Big Mac.
Essa diferença leva o país a ocupar o 31º lugar entre os 54 analisados no ranking da publicação. O real é uma das moedas mais desvalorizadas da lista, juntamente com países como Índia, Indonésia, África do Sul e Taiwan, cujas moedas também aparecem como subvalorizadas.
O índice é divulgado desde 1986 e se baseia na teoria econômica da paridade do poder de compra (PPC), que propõe que, no longo prazo, as taxas de câmbio devem se ajustar para igualar o poder de compra de diferentes moedas. Ou seja, um dólar deveria comprar a mesma quantidade de bens e serviços em qualquer lugar do mundo.
Além da questão brasileira, o levantamento também revela tensões globais, com destaque para os efeitos das políticas dos Estados Unidos sob a liderança de Donald Trump, que voltou a impor tarifas de importação sobre mais de 20 países.
A Suíça lidera o ranking, com o franco suíço sobrevalorizado em 49,6% em relação ao dólar. Em segundo lugar está o Uruguai (29,6%) e, em terceiro, a Noruega (22,1%). Já o Brasil, aparece na 31ª posição.
Confira a posição do Brasil no ranking:
1º – Suíça (49,6)
2º – Uruguai (29,6 )
3º – Noruega (22,1)
4º – Suécia (21,8)
5º – Dinamarca (16,6)
6º – Zona do Euro (15,2)
7º – Reino Unido (13,5)
8º – Estados Unidos (0)
9º – Costa Rica (-1,0)
10º – Israel (-1,1)
11º – Polônia (-3,4)
12º – Colômbia (-5,2)
13º – Turquia (-6,9)
14º – Canadá (-9,0)
15º – Singapura (-10)
16º – Líbano (-10,8)
17º – México (-12,2)
18º – Austrália (-13,2)
19º – Emirados Árabes Unidos (-13,9)
20º – República Tcheca (-14,6)
21º – Argentina (-14,6)
22º – Nova Zelândia (-14,8)
23º – Arábia Saudita (-15,7)
24º – Bahrein (-20,6)
25º – Peru (-21,2)
26º – Catar (-22,3)
27º – Chile (-22,6)
28º – Nicarágua (-23,2)
29º – Kuwait (-23,8)
30º – Hungria (-25,7)
31º – Brasil (-28,4)
32º – Honduras (-29)
33º – Venezuela (-30)
34º – Tailândia (-30,7)
35º – Moldávia (-30,8)
36º – Guatemala (-32,7)
37º – Coreia do Sul (-33,7)
38º – Omã (-34)
39º – Romênia (-35,5)
40º – Azerbaijão (-36,8)
41º – Paquistão (-36,9)
42º – China (-40,9)
43º – Jordânia (-41,3)
44º – Japão (-46,3)
45º – Malásia (-46,9)
46º – Hong Kong (-47)
47º – Ucrânia (-47,5)
48º – África do Sul (-49,8)
49º – Filipinas (-50,4)
50º – Vietnã (-51,6)
51º – Taiwan (-55,7)
52º – Índia (-56,2)
53º – Indonésia (-57)
54º – Egito (-57,9)
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