Dira Paes se posiciona a favor de influenciadores na dramaturgia

Na última segunda-feira (29), a atriz Dira Paes participou do programa “Roda Viva”, da TV Cultura, e falou abertamente sobre o cenário de transformações na televisão e defendeu a entrada de influenciadores digitais nesse universo. Para a atriz, a chegada de novos rostos deve ser vista como uma oportunidade de ampliar o alcance da arte, desde que haja propósito e conteúdo. Ela destacou que esse processo não representa uma ameaça, mas sim parte da evolução natural da linguagem audiovisual.

O assunto entrou em pauta quando a artista foi questionada sobre a presença de tramas curtas e formatos vindos das redes sociais, como as chamadas novelas verticais. “Tem que ver onde é a intercessão disso. Eu acho que não diria à parte, eu acho que eles são paralelos e tangenciam. Nós estamos vendo agora essa confluência também dos influenciadores irem para a dramaturgia. A gente percebe que há uma tentativa de misturar tudo, para produzir mais curiosidade do público e trazer público”, analisou.

Em seguida, Dira Paes também reforçou a importância de não abrir mão da qualidade das produções. “Eu acho que com bom gosto, com arte, com estrutura, com embasamento, com conteúdo, com ideia e propósito, tudo isso vale. Agora, sem ideia, comercialmente, só querendo a gana… Acho que essas coisas não funcionam muito bem”, declarou.

Dira Paes falou sobre a avanço da arte

A atriz também refletiu sobre o papel da arte ao longo da história e como ela se reinventa diante de novos formatos. “A gente não pode ter medo, porque quando a gente saiu das cavernas onde imprimiam as nossas mãos, vem a pintura, a fotografia, a gente sempre achou que a televisão ia acabar com o cinema… Essas coisas não acontecem”, comentou.

Ela ainda destacou o que sustenta de fato uma obra: “São fundamentos que exigem do seu conhecimento, do seu envolvimento, da sua dedicação e da sua alma. Não é pueril, não é um vídeo no celular que faz um filme, é uma ideia”.

Por fim, Dira reforçou a necessidade de encarar os influenciadores no audiovisual sem barreiras ou preconceitos. “A gente não pode fechar as portas para esses experimentos imagéticos. Eles vão acontecer”, concluiu.

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