

Documentos revelam que ação nunca foi retirada, apesar das declarações públicas.
Por Djenifer Henz – TMJBrazil – Correio Braziliense
O caso judicial envolvendo Solange Gomes, sua filha Stephanie e o influenciador Rico Melquiades acaba de ganhar um novo capítulo — e completamente diferente da versão que havia sido divulgada ao público.
Embora Solange tenha afirmado, em diversas ocasiões, que havia desistido do processo iniciado em 2023, documentos oficiais mostram que a ação continuou tramitando normalmente na Justiça do Rio de Janeiro. O resultado: Rico tornou-se réu sem sequer ter apresentado defesa.
De acordo com o colunista, Daniel Nascimento, do Portal O Dia, a confusão começou quando, em junho de 2025, Solange declarou publicamente que tinha retirado a queixa-crime por difamação movida contra o ex-participante de A Fazenda. Ela reforçou essa narrativa ao aparecer ao lado do influenciador nos bastidores do programa Acerte ou Caia, apresentado por Tom Cavalcante, afirmando que tudo estava resolvido.
Em entrevista à imprensa, disse até que uma declaração formal assinada por ela e por Stephanie havia sido entregue ao advogado para anexar ao processo. Porém, segundo o próprio tribunal, nenhum pedido de desistência foi protocolado.
Essa ausência de documentos acabou alterando completamente o rumo da história. A juíza Daniela Barbosa Assumpção de Souza havia rejeitado a queixa-crime em 2024, alegando perda do prazo para punição. Porém, o caso avançou na esfera recursal, e o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro reformou a decisão. Em 9 de setembro de 2025, oficialmente, o nome de Rico passou à condição de réu.
A situação se complicou ainda mais porque o influenciador não apresentou defesa no prazo. Diante disso, a Justiça nomeou um defensor público para representá-lo — algo incomum em situações envolvendo figuras públicas. Para completar, o desembargador Flávio Marcelo de Azevedo Horta Fernandes determinou que Rico fosse citado por carta precatória em Alagoas, seu estado natal.
O desencontro entre o discurso público e os trâmites judiciais levantou suspeitas nos bastidores. A ausência de qualquer documento formalizando a desistência levanta questionamentos: houve falha da defesa? A declaração nunca existiu? Ou teria sido apenas uma estratégia? Para especialistas, é improvável que um advogado “esqueça” de protocolar algo tão importante, ainda mais em um caso que já havia ganhado repercussão.
A história toma contornos ainda mais curiosos quando se considera a aproximação repentina entre Solange e Rico nos últimos meses, marcada por aparições amigáveis e declarações sugerindo reconciliação. Entretanto, a realidade jurídica mostra que a situação esteve longe de ser resolvida. O processo seguiu, a Justiça agiu, e agora o influenciador precisa lidar com um andamento que acreditava encerrado.
Para o público, que acompanhou a versão mais leve e conciliadora apresentada nas redes sociais, a descoberta cria um choque entre aparência e realidade. A narrativa de paz, aparentemente, não passou de fachada — ou ao menos não foi formalizada onde realmente importa: no tribunal.
Com a revelação, Rico Melquiades se vê diante de uma batalha judicial inesperada. O caso, que parecia enterrado, retorna com força e coloca o influenciador novamente no centro das atenções, agora de forma nada positiva. Resta saber como ele pretende se defender — e se Solange irá, enfim, oficializar sua desistência.

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