Gabriel Spalone foi detido na sexta-feira (26/9); defesa afirma que prisão é ilegal e contesta ausência de mandado preventivo no Brasil
Por Correio Braziliense
O influenciador Gabriel Spalone, acusado de envolvimento em um esquema que teria desviado mais de R$ 146,5 milhões de uma instituição bancária por meio de transações via Pix, foi detido na noite desta sexta-feira (26/9) no Aeroporto Internacional do Panamá. A prisão foi confirmada por sua defesa à CNN.
O nome de Spalone surgiu na Operação Dubai, deflagrada na última terça-feira (23/9) pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), da Polícia Civil de São Paulo. Na ação, dois homens foram presos, mas suas identidades não foram reveladas.
Segundo o advogado Eduardo Maurício, a detenção foi realizada pelo setor de imigração panamenho de forma “ilegal e abusiva”, configurando “constrangimento ilegal”. Ele sustenta que o influenciador nunca foi intimado pessoalmente no inquérito, tampouco chamado a participar de outros atos da investigação.
A defesa também afirma ao portal que não existe mandado de prisão preventiva ativo no Brasil nem inclusão no alerta vermelho da Interpol que justificasse a prisão em território estrangeiro, o que, segundo o advogado, fere os princípios da cooperação jurídica internacional.
A equipe jurídica declarou ainda que já adotou medidas junto às autoridades panamenhas e à Interpol para reverter a custódia. De acordo com a defesa, Spalone já apresentou provas ao Ministério Público e à Justiça de São Paulo que demonstrariam não haver necessidade de prisão temporária ou preventiva, bem como ausência de prática de qualquer ilícito.
Em nota ao Correio, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) confirmou a prisão, acrescentando que o influenciador está sob custódia da Polícia Federal no Panamá, a pedido da polícia paulista. O órgão informou que os trâmites legais para sua extradição ao Brasil estão em andamento e que demais esclarecimentos sobre a custódia devem ser buscados junto à PF.
“Até o momento, o Deic não foi notificado sobre a possível soltura do suspeito e mantém contato com o órgão federal do país vizinho. Deflagrada na última terça-feira (23/9), a Operação Dubai apura um esquema de fraudes via PIX que teria desviado mais de R$ 146 milhões. Dois homens já foram presos por furto mediante fraude e associação criminosa, além do cumprimento de mandados de busca e apreensão. As diligências prosseguem para aprofundar a apuração e identificar todos os envolvidos”, informou o órgão.
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