O clássico no Morumbi lotado, é muito mais do que um jogo de três pontos e vital na luta de contra o rebaixamento, é uma espécie de túnel do tempo para Neymar e Philippe Coutinho, parceiros de longa data
Por Victor Parrini via Correio Braziliense
Adaptando Milton Nascimento em Canção da América, amigo é coisa para se guardar debaixo de sete chaves e, também, nas quatro linhas.
O clássico entre Santos e Vasco, hoje, às 16h, no Morumbi lotado, é muito mais do que um jogo de três pontos e vital na luta de paulistas e cariocas contra o rebaixamento, é uma espécie de túnel do tempo para Neymar e Philippe Coutinho, parceiros de longa data.
Neymar e Coutinho nasceram separados por 400 km, distância entre Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, e o bairro Rocha, Zona Norte do Rio. O fator não impediu que tivessem os destinos cruzados. Craques da geração de 1992, foram companheiros na base da Seleção Brasileira. Em 2009, disputaram o Mundial Sub-17 na Nigéria. No ano anterior, eram rivais na decisão da primeira Copa do Brasil da categoria.
Naquele 27 de julho de 2008, o Vasco faturou o troféu depois do triunfo por 2 x 1 sobre o Santos no Estádio Ninho da Águia, em Vitória. De lá para cá, foram adversários em apenas uma oportunidade.
Curiosamente, em outra final, mas de gente grande, na decisão da Liga dos Campeões de 2019/2020, entre Paris Saint-Germain e Bayern de Munique. Neymar era o maior astro da companhia francesa e a grande esperança para brindá-la com o primeiro título continental. Emprestado aos bávaros, Coutinho era o camisa 10 do esquadrão com Neuer, Lewandowski, Muller e outras estrelas. Entrou no segundo tempo e viu a vitória alemã por 1 x 0.
O reencontro entre os amigos poderia ter sido antecipado. No duelo pelo primeiro turno, em São Januário, Coutinho foi titular, mas não dividiu o gramado com Neymar. O astro do Peixe se recuperava de um problema muscular na coxa esquerda e desfalcou o clube na derrota por 2 x 1. Em 2010, o Menino da Vila também “deu o bolo” no parça ao ficar suspenso e impedido de atuar no
4 x 0 sobre o Gigante da Colina.
Eles se acostumaram, mesmo, a jogarem juntos. Na Copa do Mundo de 2018, eram os intocáveis do técnico Tite. “É um reencontro muito bacana. Eu falei para ele, quando voltou ao Brasil, que é um privilégio muito grande tê-lo aqui. A gente é amigo, mas, claro que quando a bola rolar no domingo, é cada um defendendo o seu. Vai ser um bom reencontro”, comentou Coutinho à VascoTV.
Caminhando para a sétima partida seguida como titular, Neymar está feliz. “Reencontrar meu amigo dentro de campo é um sentimento de muita felicidade, é um cara para o qual sempre torci, sempre admirei, mesmo jogando junto por muito tempo. A gente se conhece desde pequeno. Ele é meu amigo, mas espero que o Santos saia vencedor”, discursou à TV Globo.
O técnico Cléber Xavier deve ganhar dois “reforços” para a partida. O zagueiro Luan Peres e o volante Willian Arão evoluíram fisicamente. O provável Santos tem Gabriel Brazão; Mayke, Gil, Luisão (Luan Peres) e Souza; Zé Rafael (Rincón), Gabriel Bontempo e Neymar; Rollheiser, Guilherme, Barreal e Tiquinho Soares.
Fernando Diniz não poderá contar o centroavante Pablo Vegetti, suspenso e titular nos 16 jogos do técnico no Vasco. O dono da prancheta deve montar uma equipe com Léo Jardim; Paulo Henrique, Maurício Lemos, Lucas Freitas, Lucas Piton; Hugo Moura, Tchê Tchê, Coutinho; Nuno Moreira, Rayan e David.
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