Atual campeão da Champions League encurrala o recordista de títulos mundiais no campo de defesa, explora erros individuais dos zagueiros do time merengue, faz 4 x 0 e disputará no domingo o quarto título na temporada
Via Correio Braziliense
New Jersey (EUA) — Inaugurada em 28 de outubro de 1886, a Estátua da Liberdade, uma obra de arte assinada por Frédéric Auguste Bartholdi e Gustave Eiffel, é um presente da França para os Estados Unidos. Simboliza a amizade dos dois países e celebra o centenário da Independência norte-americana. O Paris Saint-Germain está a um jogo de deixar outra memória no país sede da Copa do Mundo de Clubes: a de um time para a eternidade. Após golear a Internazionale por 5 x 0 na final da Champions League, humilhou o Real Madrid na melancólica despedida do camisa 10 merengue, Luka Modric.
O escultor da goleada por 4 x 0 contra o Real Madrid é o espanhol. Luis Enrique, candidato a encerrar a temporada do clube com uma apoteose na decisão de domingo contra o inglês Chelsea, às 16h (de Brasília). Insaciável, o PSG cobiça mais do que os títulos da Copa da França, do Campeonato Francês e da Champions League. O projeto esportivo do Qatar Sports Investments (QSI) deseja o mundo aos pés do clube fundado em 1970. Nada melhor do que a glória em New York/New Jersey para satisfazer o ego do emir Tamim bin Hamad Al Thani na terra do presidente nova-iorquino Donald Trump.
Na véspera do jogo de ontem, o técnico do Chelsea, Enzo Maresca, elegeu o PSG o melhor time do mundo na atualidade. “É o que mais agrada”, afirmou na entrevista coletiva antes de vencer o Fluminense por 2 x 0 na outra semifinal. O concerto de ontem em um estádio alvo como o Santiago Bernabéu, tamanha quantidade de fãs do time espanhol, é mais uma expressão da hegemonia técnica, tática e física no futebol moderno.
Durante a partida, tirei uma foto na qual 21 jogadores estão no campo do Real Madrid. O PSG iniciou o confronto dizendo ao eneacampeão mundial: “Você é recordista de títulos, mas é tempo de ficar encurralado no seu campo de defesa e eu vou fazer quantos gols quiser”. Assim foi. Courtois ensaiou mais um daqueles dias heroicos, mas não contava com erros individuais graves de quem deveria protegê-lo da volúpia do PSG.
Asensio saiu jogando errado dentro da área e entregou o ouro nas mãos de Dembélé. O camisa 10 dividiu a bola com o Courtois e ela sobrou para Fabián Ruiz abrir o placar. Rudiger ficou com inveja do companheiro e também falhou. A furada na frente de Dembélé acelerou a corrida do astro francês em direção ao gol e tocou para a rede na saída de Courtois. O cronômetro marcava 24 minutos, quando o jogo praticamente acabou.
Uma pressão atabalhoada do Real Madrid no campo de defesa do PSG condenou o pouco tempo de trabalho do sucessor de Carlo Ancelotti. Xabi Alonso tem apenas um mês e oito dias de trabalho. Pouco tempo para competir em alto nível com a melhor versão do adversário. Resultado: novo gol de Fabián Ruiz. O marroquino Fabián Ruiz e o francês Dembelé iniciaram deram os últimos toques de plasticidade ao lance iniciado pelo goleiro italiano Donnarumma em uma linha de passe impressionante no MetLife Stadium.
O Real Madrid estava desmoralizado diante em 25 minutos com Vinicius Junior, Mbappé, Bellingham e companhia em campo. Protagonista da melhor defesa da Copa com somente um gol sofrido, aquele da derrota por 1 x 0 para o Botafogo na segunda rodada da fase de grupos, o PSG nem sentiu a ausência do suspenso Willian Pacho. A dupla brasileira formada por Marquinhos e Lucas Beraldo se impôs em uma partida soberba do PSG. Deu tempo de Gonçalo Ramos fazer o quarto em contra-ataque de treino dentro da área do combalido Courtois.
O Real Madrid está eliminado da forma que um dos astros do clube não desejava. O croata Luka Modric esperava um final feliz na decisão da Copa do Mundo de Clubes da Fifa. Não será possível. Chega ao fim a trajetória no clube onde virou o melhor do planeta em 2018.
FICHA TÉCNICA
4 PSG (4-3-3)
Donnarumma;
Hakimi, Marquinhos, Lucas Beraldo e Nuno Mendes (Kang-in-Lee;
João Neves, Vitinha e Fabián Ruíz (Zaire Emery);
Doué (Mayulu), Dembélé (Gonçalo Ramos) e Kvaratskhelia (Barcola)
Técnico: Luis Enrique
0 Real Madrid (4-3-3)
Coutois;
Valverde, Asensio (Éder Militão), Rudiger e Fran Garcia;
Guler (Lucas Vazquez), Tchouaméni e Bellingham (Modric);
Vinicius Junior (Brahim Díaz), Gonzalo García (Carvajal) e Mbappé
Técnico: Xabi Alonso
Estádio: MetLife Stadium, em New Jersey
Gols: Fabián Ruiz, aos cinco, Dembélé, aos 9, e Fabián Ruiz, aos 24 do primeiro tempo. Gonçalo Ramos)
Cartões amarelos: Tchouaméni e Carvajal
Público: 77.542 pagantes
Renda: não divulgada
Árbitro: Szymon Marciniak (Polônia)
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