No último domingo (18), a jornalista Ana Paula Padrão comentou recentemente nas redes sociais sobre a polêmica envolvendo as bonecas realistas conhecidas como bebês reborn, tema que ganhou destaque nas últimas semanas. Em sua análise, ela questionou por que há um esforço em associar a imagem das mulheres a comportamentos “infantis” ou sinais de instabilidade mental. Ela também apontou esse movimento como uma tentativa de enfraquecer o feminismo, destacando a participação masculina nesse processo.
A ex-apresentadora do “MasterChef Brasil” compartilhou sua opinião por meio do Instagram, relatando que até pouco tempo desconhecia a existência dessas bonecas. “Um dia eu nunca tinha ouvido falar de bebê reborn e no outro eu só ouço falar de bebê reborn. Assim como eu nunca tinha ouvido falar de esposas troféu e, de repente, é só esposa troféu. Esses fenômenos chegam até mim e provavelmente chegam até você como se essas fossem as tendências pro futuro das mulheres”, pontuou.
Logo depois, Ana Paula afirmou que não se importa com escolhas individuais, desde que não interfiram na vida dos outros. “Eu não tô nem aí se uma mulher adulta quer brincar de boneca. A não ser, é claro, que ela exija uma vaga do SUS pra essa boneca. Mas aí essa mulher já tá apresentando uma patologia que precisa de tratamento. Também não tô nem aí se ela quer virar um troféu pro marido exibir socialmente. Mas isso, gente, não representa as mulheres porque nós não somos estúpidas a esse ponto. Nem infantis a esse ponto”, disse.
Ela também mencionou ter pesquisado sobre o mercado dos bebês reborn e concluiu que se trata de um setor restrito. “Mas se eu me dei ao trabalho de pesquisar sobre o tamanho desse mercado e concluir que é um nicho, a quem interessa ficar nos representando, a todas nós mulheres, como um bando de idiotas infantilizadas que agora só se interessa pela fantasia dos livros de colorir ursinhos e de recém-nascidos de plástico?”, questionou. A jornalista lembrou que o Brasil conta com aproximadamente 25 milhões de mulheres com emprego formal, responsáveis por prover o sustento familiar, e que poucas realmente se envolvem com esse tipo de conteúdo.
“Mas quando até pessoas como eu e você, que não costumam ser impactadas por esse tipo de bizarrice na timeline, agora só recebem isso, parece que é uma onda que tomou conta de todas as mulheres do planeta. A quem interessa isso?”, ela questionou novamente.
Ela ainda fez uma associação com tendências comportamentais masculinas que também estão em evidência. “Não te parece curioso que, ao mesmo tempo, a gente se depare também todo dia com o surgimento de grupos de homens que sobem a montanha parando pra emitir ruídos guturais e prometendo ser bons pais de família pras mulheres que os esperam em casa com um café quentinho?”
Ao explorar mais sobre o assunto, Ana Paula Padrão sugeriu quem pode ter iniciado este tipo de movimento. “Quando eu comecei a fuçar esses assuntos, eu li alguns artigos publicados em mídias não muito conhecidas, meio obscuras, que defendem que o reborn é o resultado do fracasso da cultura feminista que apagou o instinto materno em nome da libertação das mulheres. E agora às arrependidas só resta embalar no colo uma fantasia. Artigos escritos por homens. E você sabe de que tipo de homem eu tô falando”, afirmou, referindo-se àqueles que se consideram superiores.
“Então eu te convido a pensar: a quem interessa nos rotular de infantis, nos transformar em perturbadas mentais, incapazes, vítimas de movimentos radicais, incapazes de viver sem a proteção de um homem? A quem interessa?”, finalizou ela.
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