Atores que se passaram por médicos prestam depoimento à Polícia

Há alguns meses, o “g1” e “Jornal Hoje” denunciaram o caso de alguns atores que interpretaram médicos para venderem produtos que prometiam resultados milagrosos. A denúncia sobre as produções roteirizadas da internet aconteceram em julho desse ano e chegaram ao Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp). A pedido do órgão, a Polícia Civil e o Ministério Público começaram a apurar a situação.

Cabe explicar que os vídeos nos quais os atores aparecem têm, de fato, o intuito de parecerem reais e alguns deles sequer possuem um alerta ao público de que se trata de uma encenação. Após a abertura de um inquérito policial, os atores Fernanda Padilha, Rodrigo Gonzales e Renato Chocair foram intimados à delegacia para prestarem depoimento sobre o caso. Fernanda e Rodrigo o fizeram no último dia 22 desse mês de outubro.

No caso da Fernanda, ela já apareceu interpretando três papeis; de oftalmologista, ginecologista e farmacêutica. À Polícia Civil, a atriz apresentou seus contratos de trabalho com três empresas diferentes e contou que está na profissão há 23 anos e trabalha fazendo propagandas comerciais. A profissional ainda argumentou que “todos esses produtos são suplementos naturais, que sua profissão é atriz e nunca divulgou os vídeos”.

Já Rodrigo, que aparecia como urologista, é ator e publicitário e disse à Polícia que, eventualmente, faz trabalhos na área artística. O profissional afirmou que havia sido contratado para fazer um anúncio para um aplicativo, mas desconhecia qual era a finalidade. Gonzales também afirmou que nunca divulgou a propaganda realizada. Já Renato, ainda não prestou depoimento, mas deve acontecer em breve. O ator que apresentava um suposto produto para perder peso foi procurado pelo “g1”, mas não quis comentar sobre o assunto.

O Cremesp se manifestou e afirmou que nas publicações não havia indicação de que as pessoas do vídeo eram atores ou atrizes. “[Solicitamos] a exclusão imediata destas publicações mentirosas das redes sociais, que só prejudicam a população e a própria classe médica. Reforçamos, ainda, a importância do uso do Guia Médico, disponível no site do Cremesp, que permite checar, pelo nome ou CRM, se o profissional é realmente médico e se possui especialidade registrada”, declarou o órgão.

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