Por Arthur Ribeiro*, Danilo Queiroz e Victor Parrini via Correio Braziliense
A Seleção Brasileira que entrou na Data Fifa de outubro empacada e sem vencer há quatro partidas parece ter destravado em Brasília.
A vitória por 4 x 0 sobre o Peru, com dois gols do atacante Raphinha, um do meia Andreas Pereira e outro do botafoguense Luiz Henrique, no Estádio Mané Garrincha, serviu para amenizar a instabilidade e dar novo ânimo ao técnico Dorival Júnior e companhia na saga das Eliminatórias da América do Sul para a Copa do Mundo de 2026.
Desde que assumiu as rédeas da Seleção Brasileira, em janeiro, Dorival jamais havia emplacado sequência de resultados positivos. O treinador começou bem o trabalho com a vitória por 1 x 0 sobre a Inglaterra, em Wembley, mas ficou no empate por 3 x 3 contra a Espanha, no Santiago Bernabéu. Antes da Copa América, a equipe bateu o México e ficou na igualdade com os Estados Unidos.
Na estreia pelo torneio continental, não saiu do zero contra a Costa Rica, goleou o Paraguai por 4 x 1, mas acumulou 1 x 1, contra a Colômbia, e 0 x 0, com derrota por 4 x 2 nos pênaltis, para o Uruguai, pelas quartas de final. O último triunfo consecutivo do Brasil havia sido sob o comando de Fernando Diniz, justamente sobre o Peru. O então técnico compartilhado com o Fluminense orquestrou a equipe para o 5 x 1 sobre a Bolívia na estreia nas Eliminatórias e para o 1 x 0 suado em Lima na rodada seguinte.
Dorival Júnior entendeu que para mudar o ânimo do grupo e resgatar o apoio do torcedor teria de promover mudanças. Prova disso foi a saída do lateral-direito e capitão, Danilo. O veterano de duas Copas do Mundo deu lugar a Vanderson. O estreante Abner foi mantido na esquerda e Gerson substituiu Lucas Paquetá, suspenso.
Embora tenha conquistado os três pontos praticamente sem ser ameaçado pelo Peru, a Seleção Brasileira demorou a pegar no tranco no gramado do Estádio Nacional Mané Garrincha. Apesar de apresentar repertório nas tentativas de construção de jogadas, a equipe do técnico Dorival Júnior esbarrou várias vezes na linha de cinco defensores montada pelos adversários. Houve até um susto quando Edison Flores balançou as redes. O atacante, no entanto, estava em posição de impedimento. Mesmo com alta posse de bola e procurando espaços, o Brasil encontrou o caminho apenas de pênalti, quando o VAR flagrou toque na mão de Zambrano. Raphinha bateu bem, converteu e aliviou a pressão em cima da Seleção.
O jogo nem teve tempo para ficar complicado na etapa final. Savinho bailou diante de Zambrano e foi derrubado: novo pênalti para Raphinha bater. Concentrado, o camisa 11 cobrou novamente com categoria e ampliou. Com a seleção peruana menos combativa, o Brasil, enfim, encaixou jogadas fatais no toque de bola. O terceiro gol teve classe: Luiz Henrique cruzou e Andreas Pereira completou de voleio. Pouco depois, o jogador do Botafogo deixou o dele em jogada característica de cortar para o meio e finalizar de esquerda. Satisfeita com a goleada, a torcida brasiliense entoou gritos de olé para brindar a atuação capaz de recolocar a equipe verde-amarela nos trilhos.
Autor de dois gols na vitória diante do Peru, Raphinha é o novo integrante de um grupo seleto de artilheiros da Seleção Brasileira. Nas 17 passagens pela equipe principal pela capital federal, apenas sete jogadores foram às redes mais de uma vez. Neymar, Jô, Adriano, Luis Fabiano, Ronaldo, Romário e Renato têm o feito no currículo com um doblete. O Imperador é o único a protagonizar um hat-trick em atuações com a Amarelinha em terras brasilienses.
Brasil 4 x 0 Peru
Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026 (10ª rodada)
Local: Estádio Mané Garrincha, Brasília (DF)
Árbitro: Esteban Ostojich (Uruguai)
Público: 60.139 torcedores
Brasil — Ederson; Vanderson, Marquinhos, Gabriel Magalhães e Abner; Bruno Guimarães (André), Gerson e Rodrygo (Andreas Pereira); Raphinha (Endrick), Savinho (Luiz Henrique) e Igor Jesus (Matheus Pereira). Técnico: Dorival Júnior
Gols: Raphinha (duas vezes), Andreas Pereira e Luiz Henrique
Cartão amarelo: Vanderson
Peru — Gallese; Miguel Araujo, Zambrano e Callens; Advíncula (Andy Pollo), Jesús Castillo (Sonne), Cartagena, Sergio Peña e Marcos López; Edison Flores (Grimaldo) e Bryan Rena. Técnico: Jorge Fossati
Cartões amarelos: Bryan Rena, Cartagena, Jesús Castillo, Gallese e Zambrano
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