Por Luis Fellype Rodrigues* via Correio Braziliense
Um alerta vermelho para as altas temperaturas no Distrito Federal foi emitido pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
São esperados, para os próximos cinco dias, 5°C acima da temperatura média de setembro, que é de 29°C. A umidade relativa do ar deve ficar entre 14% e 15%. Nesta quinta-feira (26/9), a máxima foi de 34°C, registrada no Gama.
O Inmet reafirmou que as chuvas devem chegar a pontos isolados do DF no sábado (28/9) e no domingo (29/9), mas o calor e a sensação de tempo abafado vão continuar. A capital passa pela segunda maior seca da história. A capital completa 157 dias sem chuva, ficando atrás somente de 1963, quando foram 163 dias.
Beber bastante água tem sido a solução adotada por Daniele Dias, 19 anos, para fugir do tempo seco. Mesmo assim, a estudante diz que não se sente hidratada o suficiente. “Parece que meu corpo sempre necessita de mais líquido”, observa. Ficar no ar-condicionado também é algo que a jovem tem feito.
Buscar lazer fora de casa para se refrescar é algo de que Daniele gosta bastante, e só não o faz todos os dias devido à falta de tempo. “Aproveitei para vir ao Lago Paranoá, porque estou fazendo aniversário e tirei uma folga do serviço. Se o clima estivesse de outra forma, talvez eu estivesse em outro local e não na beira da água”, disse ao Correio.
As altas temperaturas, associadas à baixa umidade, podem acarretar consequências à saúde, de acordo com Arthur Seabra, clínico geral e coordenador da Emergência do Hospital Santa Lúcia Sul, da Asa Sul. “Podem gerar desidratação de moderada a grave, com manifestações clínicas como tontura, sonolência, hipotensão, queda em idosos, síncope e colapso circulatório”, alerta, acrescentando que há outros problemas nesses períodos, como infecções gastrointestinais e respiratórias.
Em caso de vômitos persistentes, diarreia intensa, desorientação, desmaios e queda da pressão, Arthur sugere ir a uma unidade de pronto atendimento para avaliação médica. Além disso, dá dicas do que fazer para mitigar os efeitos do tempo. “Usar roupas que sejam confortáveis e que permitam a ventilação do corpo, evitar exposição direta ao sol ou a ambientes pouco arejados e hidratar por volta de 30ml/kg. Por exemplo, uma pessoa com 70kg deve ingerir aproximadamente 2.100ml de água ao dia”, explica.
“Esse clima em Brasília está absurdo e quase desumano. Qualquer atividade que fazemos causa um cansaço enorme. Até mesmo minha pele está sofrendo com isso. Estou usando bastante hidratante labial e corporal para evitar problemas”, enfatiza Maria Caroline Costa, 30, que foge do sol e bebe o máximo de líquido possível.
Quando sobrou um tempinho nesta semana, Maria não pensou duas vezes, correu para o lago. “Sempre que possível, eu saio de casa para ambientes que possam me refrescar. Por mais que minha casa tenha piscina, nada é como o ar livre, e o lago é uma ótima opção”, finaliza.
*Estagiário sob a supervisão de Malcia Afonso