Chefão da Globo nega censura a romances gays no canal

O diretor-executivo dos Estúdios Globo, Amauri Soares, concedeu uma entrevista ao jornal O Globo, na qual falou sobre os rumores de que ele estaria interferindo no enredo das tramas da emissora. Durante a conversa, o chefão do canal negou que esteja censurando os folhetins e impedindo que romances gays ganhem destaque, além de lembrar o histórico de incentivo à diversidade que o canal possui.

Durante a entrevista, Amauri Soares falou sobre a novela “Mania de Você”, considerada um dos maiores fiascos do horário nobre. Ele atribuiu o mau desempenho da trama ao fato de as novelas de João Emanuel Carneiro serem mais “complexas” e negou que a linha editorial dos folhetins da Globo tenha mudado. “Não mudou nada. Eu não tenho esse retorno de que as pessoas têm essa avaliação. Pelo contrário, a gente se preocupa em continuar abordando os assuntos, como sempre fez, respeitando as sensibilidades da sociedade”, garantiu. O chefão do canal também desmentiu a teoria de que ele está censurando as tramas e interferindo nas escolhas do autor.

Os romances gays na Globo

Amauri Soares afirmou que não houve qualquer imposição sobre João Emanuel Carneiro em relação à criação de um casal homoafetivo. “Isso não foi um assunto aqui. Se o autor pensou e depois voltou atrás, essa decisão não passa por mim”, afirmou. Ele também destacou que a Globo sempre deu espaço para narrativas diversas. “As novelas retratam relacionamentos homoafetivos há 25, 30 anos consecutivamente e tiveram um papel importante na construção do respeito e da tolerância pela diversidade”, pontuou.

O executivo reforçou que a liberdade criativa continua sendo um princípio fundamental para os autores das produções da emissora. “A criação é muito livre. Se esse ritmo não é o que alguém ou uma liderança de algum movimento considera adequado, eu entendo e respeito, mas quem decide é o autor. Acelerar uma história, um momento ou um encontro apenas para atender a uma eventual demanda não vai acontecer. Vai acontecer no tempo da nossa narração da história, conforme os criadores pensaram”, explicou.

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