De tempos em tempos, existem histórias que param a internet. As vezes são história cômicas, as vezes são momentos que viram memes e todo mundo compartilha, e as vezes são histórias inacreditáveis. A desta vez é de Margarida Bonetti, mais conhecida como “A Mulher da Casa Abandonada”.
Tudo começou com a pesquisa do jornalista Chico Felitti, da Folha de S.Paulo que dividiu a história bizarra em alguns capítulos no podcast que vem bombando, publicado em vários serviços de streaming, e que atualmente conta com 4 episódios, entrando em sua reta final, quando depois de 20 anos, finalmente, Margarida quebrou o silêncio. Mas, quem é essa mulher? Qual a sua história? O que aconteceu?
Crime chocante
Em São Paulo existe um dos bairros que abriga a história, e que curiosamente, é o um dos mais ricos da cidade. Higienópolis nunca mais foi a mesma depois da divulgação da história mais horripilante que você vai ouvir. Em 1979 um casal se mudou do Brasil para os Estados Unidos, levando com eles sua empregada, que o nome não iremos divulgar, para trabalhar para o casal em sua residência. 20 anos depois os dois foram acusados de manter essa funcionária em condições análogas a escravidão, com agressões físicas e verbais, sem salário, auxílio médico ou alimentação adequada.
Segundo a vítima, as pesquisas do jornalista, e o processo, ela sofria abusos variados, desde tapas e socos, até ter seus cabelos arrancados. A patroa chegou a jogar sopa quente em seu rosto, e seu horário de trabalho era das 6h da manhã até as 22h da noite. A história fica ainda mais terrível quando se descobre que a vítima foi dada de presente para a família de Margarida, e só consegue se ver livre do terror quando uma vizinha a resgatou e levou para um hospital, que teve um diagnóstico de um tumor, em tamanho de melão. Outros agravantes é que a mulher não sabia quanto valia o dinheiro, já que ganhava o equivalente a 15 reais para comer durante o dia todo, e não sabia quantos anos tinha, ou pelo menos não sabia dizer sua idade.
O resgate ainda foi realizado com a ajuda de membros de uma comunidade católica. Margarida Bonetti foi acusada e ficou foragida aqui no Brasil, indo morar na mansão dos pais, onde viveu sua vida inteira, a famosa casa abandonada. Depois do falecimento da sua mãe, a casa se deteriorou, e há quem diga que o cheiro por volta é terrível, e que raramente tem luz no local. Mas, a mulher vive lá, e recentemente, o Instituto Luiza Mell foi resgatar dois cachorros que estavam no local, sob autoria de Margarida.
A mulher
No bairro, uma mulher que se denomina como Mari é avistada sempre em trapos, roupas em muito mal estado, com muito mal cheiro, e com uma pomada branca no rosto para os seus problemas. Os vizinhos têm uma relação conflituosa e dizem que a mulher é muito arisca, e quase nunca tem um diálogo. A mulher é a Margarida Bonetti, fugitiva do FBI, que mesmo usando nome falso, viu sua história ser revelada. O marido, René Bonetti, foi condenado há 6 anos de prisão, pagou a empregada com uma grande indenização, que hoje vive fora do Brasil e em paz após viver todos esses anos em condições deploráveis de trabalho e humanidade.
As informações que temos sobre o marido da mulher é que hoje, mesmo após toda a história monstruosa, ele trabalha em um local que faz satélites para a NASA. Sobre Margarida, ela chegou a dizer que tinha “se tornado amiga” da mulher que escravizou, mas, no mais recente episódio do Podcast, isso foi desmentido pela própria moça, que disse que não sente mais vergonha da história, mas, que faz parte do passado, e que não quer mais contato com seus antigos patrões.
Neste mesmo episódio, Vick, a mulher que foi responsável em abrigar e ajudar a moça que vivia sob as piores condições, destrinchou o caso e contou como ajudou essa mulher a ser salva, além dos contatos que teve com Margarida e o marido, onde diziam que não acontecia nada demais na casa.
A casa
O local virou um ponto turístico, e desde a publicação do podcast, que começa com a tal mulher, ainda se dizendo chamar Mari, em alguns contatos com Chico Felitti, que tentava resgatar uma árvore de ser cortada, hoje tem pichações como “escravocrata” nos muros, e multidões que ficam esperando a mulher aparecer. Segundo algumas fontes e informações veiculadas nas redes, Margarida não está mais na casa abandonada, já que seu refugiou virou ponto turístico. É possível ver threads no Twitter, fotos do local, e até mesmo TikTokers tirando fotos no local, e fazendo dancinhas virais.
Para os próximos capítulos dessa história, Chico Felitti entrevistou pessoas que passaram pela mesma situação, e que viveram em condições que Margarida obrigava sua antiga funcionária a viver, além de uma entrevista exclusiva com a mulher que cometeu o crime e veio se refugiar no Brasil, e a resposta: É possível a justiça rever esse caso depois de 20 anos, ou o crime já prescreveu?
“A Mulher da Casa Abandonada” está disponível no Spotify e outras plataformas de streaming de áudio, com 4 episódios publicados, tendo um novo toda quarta-feira às 7h da manhã.
