Copa Intercontinental: Time que derrotou Botafogo foi transformado por um pipoqueiro

Por Redação

O Botafogo estreou nesta quarta-feira (11), na Copa Intercontinental, antigo modelo de Mundial de Clubes, com derrota. O clube carioca não conseguiu superar o cansaço e foi alvo fácil do Pachuca. Os mexicanos eliminaram o Fogão por 3 a 0, em Doha, no Catar. 

A queda precoce do Glorioso foi um balde de água fria para a equipe que ansiava enfrentar o poderoso time do merengue, Real Madrid. Entretanto, o sonho foi adiado. 

O Pachuca garantiu o troféu do Dérbi das Américas e avançou para a semifinal. A próxima partida acontece no sábado, onde a equipe enfrenta  o Al-Ahly, do Egito, campeão da Copa África-Ásia-Pacífico, pela Challenger Cup. Os jogadores do clube estavam presentes no duelo de hoje. 

Os gols da vitória ocorreram na segunda etapa, por:  Oussama Idrissi, Deossa, beneficiado por falha do goleiro alvinegro e Rondón.

Com isso, o Botafogo volta para casa após breve passeio. 

Como Pachuca se tornou uma potência no México 

Há 30 anos atrás um pipoqueiro chamado Jesús Martínez Patiño, transformou o Pachuca em uma das potências da América Central. A tradicional equipe mexicana de 132 anos, coleciona sete títulos continentais e nove titulos do Campeonato Mexicano. 

O empresário considerado salvador do clube de Hidalgo começou a vender ainda na adolescência, palomitas (pipocas, em espanhol) no terminal rodoviário de Papantla, na cidade de Veracruz. Um tempo depois ele “amadureceu seu cardápio” com cachorros-quentes e refrigerantes.

Seu pai, dono do Grupo Marpa Llantas, uma empresa especializada na revenda de pneus e reparos automotivos, o influenciou a estudar administração de empresas, em uma das universidades mais fortes do país, Universidad La Salle. 

Com sangue de empreendedor, anos depois ele iniciou um negócio de conserto de carrinhos de supermercado, distribuição de sacolas de plástico, entre outros serviços. Ao mesmo tempo, ele administrava o Grupo herdado por seu pai. 

Pachuca, então, percorria sozinho seu caminho. Apesar de ser o clube mexicano mais antigo em atividade, ainda não havia se destacado como um protagonista. 

A história mudou quando Patiño entrou em cena, buscando mudar o cenário do clube. O empresário pagou cerca de 100 mil dólares ao governo do estado de Hidalgo para assumir o controle do clube. Ao mesmo tempo, criou o Grupo Pachuca.

“O Grupo Pachuca possui quatro clubes: León, Everton, do Chile, Oviedo, da Espanha, e o Pachuca. Todos estão sob a responsabilidade de uma empresa familiar, com uma estrutura e uma infraestrutura muito importante, que conta com a Universidad del Fútbol, a primeira e única universidade do futebol no mundo com esse estilo, na qual nossos jovens, que vão chegando através da observação que fazemos no México e também nos Estados Unidos, vão se desenvolvendo. Hoje, temos mais de 150 jovens”, disse Alfredo Altieri, diretor esportivo do Pachuca em entrevista.  

Em campo e sob uma nova administração, o clube lidou com altos e baixos. Os tuzos conquistaram o acesso para a primeira divisão, mas caíram logo em seguida. Retornaram em 1996/97 para nunca mais cair.

Desde então, Pachuca venceu sete vezes a Liga Mexicana, seis vezes a Liga dos Campeões da Concacaf e uma edição da CONMEBOL Sul-Americana. Além disso, é o único clube não sul-americano a conquistar um torneio organizado pela Conmebol.

Por Manuela de Moura supervisionada por Bárbara Bernardes