Durante a edição da última terça-feira (8) do programa “The Noite”, Danilo Gentili decidiu comentar ao vivo sobre a polêmica envolvendo Vicky, filha de 5 anos do empresário Roberto Justus. O humorista usou parte da atração para criticar o comportamento de determinados grupos e comparou o episódio à condenação de Leo Lins. Ele apontou um suposto cansaço do público em relação ao excesso de discursos moralistas.
A polêmica teve início quando Marcos Dantas, professor aposentado da UFRJ, respondeu a uma publicação nas redes sociais que mostrava a menina segurando uma bolsa de luxo avaliada em R$ 14 mil. O comentário feito por ele dizia: “Só guilhotina”, o que gerou forte repercussão negativa. Dantas posteriormente se desculpou.
Indignado com o caso, o apresentador fez uma comparação com a punição aplicada a Leo Lins, acusado de fazer piadas ofensivas em seu espetáculo. “Esse é o retrato da turma da empatia e da justiça social”, comentou de forma irônica.
“Quando é um humorista fazendo piada num palco, com claro intuito de fazer as pessoas rirem, eles se revoltam, levam tudo ao pé da letra, pedem prisão. Quando é a turma deles defendendo execução, guilhotina, instigando ódio, inveja, aí é só uma metáfora. Se não tivessem apontado ele, ele não falava que era metáfora não”, acrescentou Danilo Gentili, demonstrando insatisfação com o que considera tratamento desigual.
Na sequência, ele também criticou o que interpretou como hipocrisia, sugerindo uma possível crítica velada à deputada Érika Hilton. “Quando é um empresário usufruindo do próprio dinheiro conquistado com trabalho, geração de emprego, é desigualdade; quando é um político de estimação usufruindo do luxo com o seu dinheiro, aí ele merece”, disparou.
“A gente vive num país onde o óbvio tem de ser dito e repetido. Um comediante, num palco de teatro, conta uma piada e é condenado à prisão. Um professor universitário faz um discurso de ódio sério contra uma criança em ambiente público, sem animus jocandi nenhum, e fica por isso mesmo”, continuou ele.
Ao falar sobre o avanço da cultura do “politicamente correto”, Gentili afirmou que vem criticando esse movimento há anos. “Eu fui um dos primeiros caras que levantou a bola que desgraça era essa do politicamente correto e onde isso chegaria. Tô falando de uns 10, 15 anos atrás. Eu apanhei muito”, lembrou.
“Eu disse que, ao contrário do que muitos poderiam pensar, o politicamente correto nunca foi algo para proteger gente coitadinha de ofensas, sempre foi uma imposição do monopólio da ofensa e da condenação. E é o que está acontecendo hoje. Nunca foi sobre o que não se pode dizer, e sim sobre quem não se pode dizer”, argumentou.
Encerrando seu pronunciamento, Gentili enviou uma mensagem direta à indústria da publicidade, alertando para um afastamento do público. “Ninguém mais cai nessa conversa cínica e mentirosa de lacração. Espero que o mercado publicitário e do entretenimento também pare de dar tanta moral pra esse discurso fingido e volte a ter conexão novamente com as pessoas nas ruas. As pessoas estão de saco cheio disso. As pessoas normais”, concluiu.
Leia Mais:
Leo Lins ironiza polêmica com filha de Roberto Justus e compara com condenação
Após condenação, Leo Lins volta a fazer piada com Thais Carla
Após polêmica com Preta Gil, Leo Lins repete piada sobre câncer
© ClubeFM 2021 - Todos os direitos reservados