Por Raphaela Peixoto e Isabela Stanga via Correio Braziliense*
Após 20 dias presa, a influenciadora e advogada Deolane Bezerra foi solta nesta terça-feira (23/9). Na noite desta segunda-feira (23/9), a Justiça de Pernambuco determinou a liberação de 17 investigados pela Operação Integration. A decisão foi divulgada pelo desembargador Eduardo Guilliod Maranhão, que é o relator do processo e atendeu a um pedido de habeas corpus apresentado pela defesa de Darwin Filho, ampliando a concessão da liberdade aos outros presos.
A influenciadora estava presa no Recife desde 4 de setembro, chegou a ser liberada no dia 9 de setembro para cumprir prisão domiciliar. No entanto, no dia seguinte, voltou a ser presa por ter descumprido uma ordem judicial que proibia sua manifestação em redes sociais, na imprensa e em outros canais de comunicação. Foi levada ao presídio de Buíque, situado no Agreste do estado, onde permaneceu desde então.
Apesar da soltura, o desembargador determinou que os investigados não podem mudar de endereço sem autorização judicial, não podem se ausentar da Comarca onde residem sem prévia autorização judicial, não podem praticar outra infração penal dolosa e devem comparecer, em até 24 horas no Juízo da 12ª Vara Criminal da Capital, para tomar ciência de todas as cautelares e informar endereço atualizado.
Os suspeitos também não podem frequentar qualquer empresa que esteja relacionada à investigação ou participar de decisão sobre atividade de qualquer empresa que faça parte da investigação. Todos estarão ainda proibidos de fazer propagandas ou citar qualquer plataforma de jogos.
A prisão de Deolane Bezerra ocorreu no contexto da investigação que investiga a suspeita de lavagem de dinheiro e a realização de jogos ilegais pela internet. Os sites de apostas esportivas, conhecidos como bets, estão sendo considerados instrumentos para ocultar a origem de recursos ilícitos.
Apesar da polícia não detalhar a relação de Deolane e sua mãe, Solange Bezerra, que também foi presa, com o alegado esquema criminoso sabe-se que a investigação abrange diversas empresas ligadas aos jogos online. Entre elas, destaca-se a plataforma de apostas Esportes da Sorte, que também é patrocinadora de vários clubes de futebol, como Corinthians, Athletico-PR, Bahia, Grêmio, Palmeiras, Ceará, Náutico e Santa Cruz.
O cantor Gusttavo Lima, que teve prisão preventiva decretada nesta segunda, não foi beneficiado pela decisão. Ele, que tem como nome de registro Nivaldo Batista Lima, está sob investigação por comportamentos que sugerem a provável ocorrência do crime de lavagem de dinheiro vinculado ao jogo do bicho e a outras modalidades de jogos de azar, incluindo apostas esportivas e cassinos virtuais.
A defesa do cantor afirmou, em comunicado, que ele é inocente. “Ressaltamos que é uma decisão totalmente contrária aos fatos já esclarecidos pela defesa do cantor e que não serão medidos esforços para combater juridicamente uma decisão injusta e sem fundamentos legais”, afirma a equipe de Lima em nota ao portal g1.
O comunicado ainda informa que ele “jamais seria conivente com qualquer fato contrário ao ordenamento de nosso país” e que não há “qualquer envolvimento dele ou de suas empresas com o objeto da operação deflagrada pela Polícia Pernambucana”. A nota não informa onde está o cantor, que nas últimas 24 horas fez um show em São Paulo e esteve no Rock in Rio, no Rio de Janeiro.