Na última segunda-feira (27), veio à tona o caso da idosa de 103 anos que teve o pé amputado dentro de casa e sem anestesia por uma enfermeira. A história primeiro foi comunicada à Polícia Civil do Distrito Federal e agora a Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa, ou por Orientação Sexual, ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin) passou a investigar o ocorrido.
De acordo com a Polícia Civil, a idosa, que não teve o nome divulgado, recebe acompanhamento médico e de enfermagem em casa desde o ano de 2023. Segundo as informações contadas em depoimento às autoridades, ela começou a apresentar uma ferida no pé que não parava de aumentar e então recebeu uma indicação médica para a amputação. No entanto, por conta da idade avançada, a família da senhora optou por tratar o machucado apenas com cuidados paliativos, que poderia acabar evoluindo para uma amputação natural.
O Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF) informou que o procedimento foi realizado “com um bisturi inadequado, em ambiente domiciliar e sem anestesia”. Após passar pela amputação, a idosa foi encaminhada a um hospital, passou por uma cirurgia e está internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
A delegada Ângela Maria dos Santos, responsável pelo caso, informou que um inquérito foi aberto para investigar as circunstâncias da situação. “As investigações correm em sigilo e, muitas diligências ainda precisam ser realizadas, como obtenção de informações técnicas, oitivas de várias pessoas e profissionais envolvidos, bem como a realização de exames periciais. Somente após a análise de todas as provas apresentadas, a autoridade policial poderá dizer se houve ou não ilícito penal”, explicou ela.
Em nota, o Conselho de Enfermagem repudiou o ocorrido. “Ressaltamos que o profissional enfermeiro não realiza amputações, podendo atuar apenas na reabilitação de pessoas amputadas. O Coren-DF condena de forma contundente qualquer prática que fira os preceitos éticos, técnicos e legais que norteiam a atuação da enfermagem. Aguardamos, no entanto, os desfechos da investigação da Polícia Civil do Distrito Federal, para apurar qual tipo de procedimento foi especificamente realizado“, dizia a mensagem.
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