Comportamentos atípicos, mudanças de humor e dores de cabeça foram tidos, em primeiro momento, por médicos como normais, mas revelaram, após tomografia, um cavernoma benigno no cérebro
Por Lara Perpétuo via Correio Braziliense
Uma mulher de 24 anos relatou ao jornal inglês The Mirror ter descoberto um tumor cerebral após não conseguir se lembrar das letras das próprias músicas favoritas, performadas pela cantora e compositora americana Taylor Swift.
De acordo com Hannah-Ireland Durando, o esquecimento foi somado a mudanças de comportamento, fadiga e dores de cabeça.
A fã procurou ajuda médica assim que apresentou os sintomas aos quais não estava acostumada, por volta de fevereiro de 2024, mas foi informada que esses tipos de alterações eram “comuns para mulheres” e que elas “piorariam com a idade” — diz o portal britânico.
“Acordei uma manhã sem entusiasmo pela vida”, conta ela ao The Mirror. “Eu era muito extrovertida, fã da Marvel e uma grande nerd que tinha noites de filmes com os meus amigos. Mas nada me empolgava. Havia períodos em que eu simplesmente apodrecia na cama, o que não era típico de mim.”
A cereja do bolo veio quando Hannah esqueceu a letra da música favorita da Taylor Swift, Haunted (Taylor’s Version). “Eu estava no carro indo para o trabalho, cantando junto, e então me deu um branco quando chegou o refrão. Pensei que talvez isso fosse normal à medida que você cresce.”
As mudanças, porém, continuaram a ocorrer. Ela passou a ficar mais irritada e insensível e, apesar de pensar que fossem sintomas de ansiedade e depressão, as dores de cabeça que começou a sentir em seguida, junto a emoções descontroladas e um ganho de 13kg, não pareciam nada normal.
“Muitas vezes eu me via incapaz de cantar junto com minhas músicas favoritas da Taylor Swift, e minhas roupas não serviam”, conta. “Os médicos pareciam se concentrar apenas no meu gênero, idade e peso. Eu sentia que estava sendo ignorada e não levada a sério.”
Em agosto de 2024, depois de passar por um episódio de desmaio no local em que trabalhava, voltou ao hospital. Uma tomografia computadorizada revelou que ela tinha um tumor do tamanho de uma bola de golfe pressionando o lobo frontal esquerdo do cérebro — parte do órgão responsável por funções como comportamento, linguagem, raciocínio e memória —, que havia sofrido uma hemorragia.
Hannah já havia percebido a mudança tempos antes, porém, devido aos comportamentos atípicos. Diagnosticada em dezembro do mesmo ano com um cavernoma benigno — aglomerado anormal de vasos sanguíneos —, a mulher não pode ser operada devido à localização do tumor. Se retirado, pode comprometer a fala e outros aspectos do comportamento dela.
A cada três meses, portanto, ela faz exames para monitorar o crescimento do cavernoma, além de acompanhamento terapêutico e outras medidas para aliviar sintomas como dores de cabeças. Apesar disso, sabe que “não há muito o que possa ser feito” a respeito. “Minha vida mudou muito em apenas seis meses (…). Espero que ninguém passe pelo que eu passei e que isso inspire mais mulheres a se defenderem.”
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