

Após visita ao pai na PF, senador diz que PL pode aliviar situação de condenados do 8/1 e critica entraves à saúde do ex-presidente
Por Correio Braziliense
Após visitar Jair Bolsonaro na sede da Polícia Federal, na manhã desta terça-feira (16/12), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que o ex-presidente acompanha com expectativa a tramitação do PL da Dosimetria, defendido pela base bolsonarista como um caminho possível diante das resistências à anistia ampla no Congresso.
Segundo o senador e presidenciável, Bolsonaro deu a diretriz para que o partido aceitasse a proposta, desde que ela resulte em benefícios humanitários aos condenados pelos atos de 8 de janeiro.
“Falei para ele da repercussão com relação ao projeto da dosimetria. Disse que todas as lideranças partidárias foram orientadas por ele a aceitar fazer isso, porque, independentemente da redação, se colocar pessoas como a Débora do Batom em casa, próximas de suas famílias, ainda que numa semiliberdade, ele já se sentiria menos triste”, declarou Flávio, acrescentando que o pai “aguenta o tranco por mais um tempo” enquanto espera uma reversão do quadro judicial.
Na entrevista coletiva, o senador disse que a reação de Bolsonaro foi positiva e que o ex-presidente vê a medida como um gesto em favor de “pessoas inocentes”, colocando esse interesse à frente do próprio. O parlamentar também afirmou esperar que o projeto seja aprovado ainda neste ano, mesmo que precise voltar à Câmara. “A promessa de campanha dos presidentes das Casas foi pautar a anistia. A dosimetria surgiu como alternativa num ambiente de muita pressão sobre o Congresso”, afirmou.
Flávio reconheceu críticas ao texto aprovado na Câmara, especialmente o risco de que a mudança beneficie condenados por crimes graves não relacionados ao 8 de janeiro de 2023. Segundo ele, o Senado discute ajustes para evitar esse efeito colateral. “Chega ao Senado um texto que tem esse problema e precisa ser corrigido. A ideia é aprimorar para não dar benefício a marginais perigosos de verdade na carona desse projeto”, disse, informando que trataria do tema com o líder do PL, Rogério Marinho.
Além do debate legislativo, o senador concentrou parte da fala na situação de saúde do pai. Flávio relatou que Bolsonaro foi diagnosticado com hérnias nas duas pernas e que médicos recomendaram cirurgia preventiva para evitar complicações graves. Segundo ele, a exigência de perícia judicial atrasou o procedimento e levou à descoberta de uma segunda hérnia. “Há um risco real e grave. Se houver estrangulamento do intestino, ele pode ser obrigado a uma cirurgia muito mais agressiva, com risco de vida maior.”
O senador pediu “bom senso” ao relator do processo e criticou o que chamou de menosprezo às recomendações médicas. “Não pode parecer que querem matar o Bolsonaro onde ele está. […] É inaceitável esse tipo de constrangimento”, disse.
Questionado sobre o estado psicológico do ex-presidente, Flávio afirmou que Bolsonaro estava “bem-humorado, disposto” e demonstrando tranquilidade. Ele disse ainda não ter conversado com o pai sobre a retirada de uma sanção internacional envolvendo o ministro Alexandre de Moraes.
Recém- anunciado candidato ao Planalto pelo PL, Flávio também comentou o cenário político e resistências do Centrão ao seu nome para 2026. Afirmou que pretende reverter esse quadro e reiterou que só abriria mão de uma eventual candidatura em favor do próprio pai. “Eu só abro mão se for para Jair Messias Bolsonaro, livre e nas urnas”, declarou.

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