Nesta sexta-feira (6), o homem de 25 anos que foi filmado sendo jogado da ponte por um policial militar prestou depoimento na delegacia. De acordo com o rapaz, ele teria sofrido golpes na cabeça e nas costas e chegou a ser ameaçado por Luan Felipe Alves Pereira antes de ser arremessado. Segundo a vítima, o agente teria dado a ele duas opções antes do ato: se jogar dali ou então ser jogado junto com sua motocicleta. O caso que chocou o Brasil aconteceu na noite da última segunda-feira (2), na zona Sul de São Paulo.
O jovem identificado como Marcelo contou que estava estava andando com a moto no dia da abordagem e que teria percebido a presença de muitos policiais militares na avenida Cupecê. Ele ainda ressaltou que não estava em alta velocidade, mas que freou no momento em que viu os agentes e eles então passaram a persegui-lo. O homem também contou que desceu da motocicleta e passou a correr dos policiais militares, mas acabou sendo alcançado. Durante o depoimento, ele afirmou que foi nesse momento que recebeu golpes de cassetete na cabeça e também nas costas.
Marcelo também revelou ter sido levado “pelo colarinho” pelo PM até a ponte e que, ao se aproximarem da lateral, o agente Luan Felipe apresentou a ele as opções de se jogar ou então ser jogado. De acordo com a vítima, ele chegou a dizer que não era ladrão e garantiu que a moto não havia sido roubada, mas aquilo pareceu não importar. Foi então que o policial o pegou pelas pernas e o jogou da ponte. Segundo o relato, em momento algum os agentes de segurança perguntaram o nome dele ou pediram pelo documentos. Ele também revelou que não entendia o que motivou a agressão, tendo em vista que não estava correndo e que em momento algum agrediu verbalmente nenhum dos policiais.
Conforme o relato de Marcelo, ele foi ajudado por pessoas em situação de rua depois que caiu no córrego que passava por debaixo da ponte. Elas teriam informado ao rapaz um caminho pelo qual ele poderia seguir e assim ele o fez. Após isso, o homem revelou ter recebido uma carona de um motorista desconhecido, que o levou até a UPA Santa Catarina. A vítima ainda deixou claro que as lesões que sofreu no joelho e na cabeça foram decorrentes da agressão e não da queda.
Segundo Marcelo, ele não tem nenhuma passagem pela polícia e atua como manobrista nas regiões da Paulista e Jardins. Ele também contou que estava sozinho no dia do ocorrido e que os policiais estavam apenas parados na rua, sem abordar ninguém.
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