A igreja Luz do Calvário publicou uma nota oficial em suas redes sociais se pronunciando sobre o ocorrido em um evento religioso com um ritual nomenado de ‘Voto de Jó’. Para quem não sabe, virou assunto nas redes sociais recentemente, o relato de Jarly Pinheiro, uma mãe que ficou desesperada após a sua filha, uma adolescente de 15 anos, ter tido os cabelos raspados durante sua participação no seminário. O caso aconteceu na cidade de Porto Velho, Rondânia. A mulher acusa a igreja de raspar o cabelo da menor por coação.
Em um vídeo publicado no Instagram, Jarly diz emocionada que a sua filha teve os cabelos raspados sem nenhuma autorização de um familiar: “Minha filha voltou para casa sem cabelo. Isso não é algo que se faça sem a permissão dos pais”, desabafou a mãe, que registrou um boletim de ocorrência para denunciar o caso.
“Ela foi induzida a raspar a cabeça, ela disse que foi horrível, que aconteceu muita coisa, fizeram eles [os participantes do evento] tomar banho de fezes de cavalo, fora outras coisas horríveis que ela falou que outras pessoas também passaram. Qual igreja, qual pastor que faz isso com a pessoa de raspar a cabeça? Tomar banho de fezes de cavalo? Gente, eu estou sem condições!”, disse a mãe da jovem chorando.
Em uma nota oficial, a igreja Luz do Calvário explicou que o corte fazia parte de uma “prática simbólica” e estava relacionada ao evento, tendo o simbolismo de renovação espiritual. O comunicado também confirmou que o ato ocorreu sem autorização dos pais da menor: “Lamentamos profundamente qualquer desconforto causado à jovem e sua família. Estamos revisando nossas práticas para evitar que situações semelhantes aconteçam novamente”.
Em um novo comunicado, a instituição religiosa voltou a se pronunciar afirmando que a igreja existe há mais de 30 anos e nunca tinha visto seu nome ser envolvido em qualquer registro policial. A nota ainda afirma que a mãe da jovem mentiu ao acusar a igreja de ter obrigado a menor a raspar os cabelos:
“É uma acusação falsa e leviana. De fato, foi confirmado que a jovem participou do seminário, mas não foi submetida a ministração do “VOTO DE JÓ” (raspar o cabelo) nas palestras, até porque, em caso de menores só fazemos isso com a autorização dos pais e/ou responsáveis. Na verdade, a jovem constrangeu alguém que estava participando a fazê-lo após o retorno da ministração “INDO A CRUZ”. Isso aconteceu às 3:45 horas da manhã de domingo, no refeitório, na presença muitos participantes. A jovem alegava que o Espírito Santo estava falando forte ao seu coração e que não suportaria ficar sem raspar os cabelos. Mesmos com a reprimenda das intercessoras, ela decidiu por fazê-lo”, disse a igreja.
O caso vem sendo acompanhado por órgãos de proteção à criança e ao adolescente que investigam se houve coação da menor ou qualquer outro tipo de constrangimento e infração.
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