Por Danilo Queiroz de Correio Braziliense*
Um jogo pilhado nas quatro linhas, mas sem nenhuma efetividade esportiva no gramado. Assim pode ser definida a postura da Seleção Brasileira, nesta terça-feira (2/7), na despedida da fase de grupos da Copa América de 2024 contra a Colômbia. Mesmo diante da necessidade de ganhar e garantir um confronto mais leve (na teoria) nas quartas de final, o time do técnico Dorival Júnior mostrou poucas alternativas. O empate por 1 x 1, no Levi’s Stadium, em Santa Clara, na Califórnia, colocou a equipe verde a amarela na rota do Uruguai. Destaque do Brasil, Vinicius Junior cumprirá suspensão.
Diante de uma rivalidade crescente em âmbito continental, brasileiros e colombianos protagonizaram um duelo com entradas ríspidas e discussões nos mais diversos tipos de jogadas. Bem postadas defensivamente, as duas equipes dificultaram as transições ofensivas no terço final do gramado. Em meio a algumas boas intervenções, os goleiros Alisson e Vargas não foram muito exigidos por astros como Vinicius Junior, Luiz Dias, Rodrygo e James Rodriguez.
O apito inicial do árbitro Jesús Valenzuela ativou o modo pilhado da Seleção Brasileira. Nos primeiros três minutos, a equipe nacional cercou a área da Colômbia e indicou uma proposta ofensiva. Conforme a Colômbia entendeu o jogo, o duelo passou a ter equilíbrio. Na bola parada, o Brasil se sobressaiu. Raphinha cobrou falta com extrema categoria e marcou um golaço. O time tupiniquim não anotava um tento do tipo desde 19 de novembro de 2019, com Philippe Coutinho.
Vazada, a Colômbia se jogou ao ataque. Sánchez colocou a bola na rede em cruzamento de James Rodríguez, mas o lance terminou impugnado por impedimento após longa intervenção do VAR. Depois de uma sequência de amarelos — dois para cada lado —, a arbitragem reapareceu, mas de maneira negativa. Vini Jr foi derrubado por Muñoz, mas Valenzuela sequer recebeu o chamado para chegar o lance no monitor de vídeo. O camisa sete, inclusive, é um dos punidos com cartão e não jogará contra o Uruguai.
Pouco depois, os colombianos ensaiaram o empate. Alisson errou na saída de bola e entregou a bola nos perigosos pés de Luis Diaz. O camisa sete finalizou e o goleiro brasileiro se recuperou. No lance seguinte, a trama ofensiva não deu errado. James Rodríguez deu passe de maestro no meio da marcação tupiniquim e colocou Muñoz em liberdade na grande área. O lateral finalizou de chapa e estufou a rede verde e amarela, mudando os rumos do jogo.
Após o intervalo, o Brasil desandou de vez. Dorival Júnior apostou por modificar a equipe e acionar Andreas Pereira. No entanto, a mudança não teve efeitos na postura da Seleção. Satisfeita com o empate da liderança, a Colômbia observava as intenções brasileiras na missão de controlar os ânimos e sofrer pouco. Deu certo. De falta, Raphinha até tirou tinta da trave de Vargas na única finalização perigosa do time de Dorival Júnior em 30 minutos de segundo tempo.
A Colômbia não ameaçava Alisson de maneira efetiva. No entanto, fechava bem a defesa e tinha total controle das ações com a bola rolando. Conforme o Brasil se abriu, as chances de matar o jogo surgiram em profusão. Na melhor delas, Luis Díaz deu passe no meio da grande área adversária e encontrou Rafael Borré. Livre, o atacante do Brasil pegou muito embaixo e mandou por cima do travessão. Nervosos diante da necessidade de resolver, os brasileiros reclamavam efusivamente de qualquer lance não assinalado pela arbitragem.
Para os colombianos, quanto mais rápido o cronômetro corresse, melhor. O técnico Néstor Lorenzo guardou a maioria das substituições para os minutos finais de bola rolando. Tirado do banco por Dorival apenas depois dos 40 minutos, Endrick praticamente não foi acionado em condições de mudar o destino do Brasil na Copa América. Houve uma última chance. Andreas Pereira tentou de longe e Vargas efetuou grande defesa. Naquela altura, diante da sequência de erros técnicos do time verde e amarelo, o destino das duas seleções estava traçado. O apito final apenas confirmou.
Líder do Grupo D da Copa América com sete pontos conquistados, a Colômbia vai encarar o Panamá, segundo colocado da Chave C. Se o Brasil tivesse vencido, teria justamente esse adversário na sequência da competição nacional. O caminho tupiniquim, no entanto, será muito mais duro. No sábado (7/6), o time de Dorival Júnior pegará o Uruguai, às 22h. Além do adversário cascudo, a equipe nacional vai às quartas com uma certeza: a necessidade de evolução imediata para retomar o sonho de título.
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