Mais de 2 milhões de aposentados do INSS ainda precisam fazer prova de vida
Por Cristiane Gercina via Estado de Minas
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Cerca de 2,3 milhões de segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) devem realizar a prova de vida para evitar que o pagamento do benefício seja suspenso. Os beneficiários são convocados pelo instituto por meio de aviso no extrato bancário.
A prova de vida mudou em 2022, com a publicação da portaria 1.408, que determinou a comprovação de que o segurado está vivo por meio do cruzamento de dados, como biometria na rede bancária ou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por exemplo.
Com isso, 94% dos aposentados e pensionistas não precisam procurar a Previdência Social. Segundo o INSS, dos 36,9 milhões de beneficiários do instituto em 2024, 34,6 milhões tiveram seus dados atualizados e não precisam fazer nenhum tipo de comprovação. Os demais serão convocados.
Segurados cujos dados não foram atualizados nos sistemas do INSS por meio do cruzamento de dados devem comprovar que estão vivos para que possam seguir recebendo o benefício.
Eles serão convocados pela Previdência para a prova de vida. A convocação é por meio do extrato bancário do benefício e pode ser conferida no aplicativo ou site Meu INSS.
O primeiro passo para saber se você está entre os convocados do INSS para a prova de vida é fazer a conferência no extrato bancário, quando for receber o benefício. Nele, aparecerá a informação de que a comprovação está pendente.
Se ainda tiver alguma dúvida, o segurado pode consultar o aplicativo ou site Meu INSS, onde aparecerá a seguinte mensagem: “Comprovação de vida não realizada”. Também é possível realizar essa consulta por meio do telefone 135.
O segurado deve acessar o aplicativo ou site Meu INSS, fazer login informando o CPF e a senha do portal Gov.br, e seguir as instruções para o reconhecimento facial, se for solicitado.
Em alguns bancos, é possível realizar a prova de vida online, utilizando o aplicativo do banco, também com o uso da biometria facial.
Outra forma de fazer a chamada fé de vida é ir presencialmente até a agência bancária da instituição na qual recebe o benefício para fazer o procedimento.
Pessoas que estão sem condições de saúde de se locomover podem nomear um procurador. Há ainda a opção de receber um servidor do INSS para fazer a comprovação de vida.
Segundo o advogado Rômulo Saraiva, especialista em Previdência Social e colunista da Folha, a mudança feita pelo INSS na prova de vida é benéfica para os segurados, pois poupa gastos com locomoção para provar que está vivo, mas pode deixar o cidadão mais vulnerável a golpes e fraudes.
“Apesar de a nova sistemática ser benéfica, porque o aposentado não precisa mais provar que está vivo de forma ativa, ela não é à prova de fraudes”, diz ele, autor do livro “Fraudes no INSS – Casos Práticos de Vazamento de Dados, Engenharia Social e Impactos na Proteção Social”.
“A prova de vida é um dos mecanismos de proteção antifraude para evitar golpes envolvendo falecidos. A medida em 2022 surgiu no contexto da pandemia. Inicialmente, houve a suspensão a prova e vida, e depois, o governo introduziu a medida para inverter o ônus da prova”, diz.
Saraiva cita em seu livro o golpe da falsa prova de vida, no qual segurados recebem SMS ou WhatsApp informando que precisam comprovar que estão vivos. Se clicar no link, os dados são roubados por criminosos.
Para se proteger, o segurado deve desconfiar de mensagens e não precisa ir à agência da Previdência para pedir informações. “O INSS atingiu postura ativa e o aposentado assumiu postura passiva; ele deve ficar quieto, só basta viver que a prova de vida será realizada”, brinca.
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