Na manhã desta quinta-feira (2), o filho do cantor Milton Nascimento, Augusto Kesrouani Nascimento, usou as redes sociais para falar sobre o quadro de saúde do pai. O ícone da MPB recebeu o diagnóstico de demência aos 82 anos de idade e a informação foi revelada por ele em entrevista à revista Piauí. Na postagem, ele compartilhou como têm sido os últimos anos ao lado do cantor, que também enfrenta limitações decorrentes do Parkinson.
Augusto falou sobre o assunto em uma publicação feita em seu perfil do Instagram. “No final do ano passado, comecei a notar alguns comportamentos diferentes do meu pai, mas nada que fosse alarmante. De lá para cá, fomos levando a vida normalmente, ainda que com uma preocupação sempre existente, mas com ele recebendo inúmeras homenagens, sendo ovacionado, vibrando, cantando, sendo tema de desfile no carnaval, e por aí vai. Com o tempo, as alterações foram se acentuando. O Parkinson, diagnosticado em 2022, avançando, e as pequenas atividades do dia a dia sofrendo impacto”, disse.
Entre as lembranças mais especiais, Augusto citou uma viagem que considerou um marco na relação com o pai. “Em maio, decidi fazer uma viagem de motorhome com ele. Rodamos aproximadamente 4 mil km. Eu dirigia com ele sempre ao meu lado de copiloto e escolhendo as músicas – tal qual sempre fizemos em nossas boas viagens pelo mundo. De alguma forma, eu sabia que aquela viagem seria uma despedida desses momentos. Dentro das limitações dele, nos divertimos muito e, quando voltamos, ele só dizia que havia sido a melhor viagem da vida dele”, contou.
Depois do diagnóstico de Parkinson, pai e filho ainda chegaram a estrelar juntos uma campanha de Dia dos Pais. Pouco depois, no entanto, o músico apresentou complicações. “Eu estava em Teresina a trabalho, e tive que voltar correndo, pois ele não estava legal e precisou ir ao hospital. Era uma desidratação, já fruto da dificuldade que ele vem tendo de se hidratar e alimentar. Dali para frente, entramos em uma montanha-russa, e absolutamente tudo mudou de forma extremamente rápida: veio, então, o duro diagnóstico de demência”, disse.
Atualmente, Augusto contou que a rotina ao lado de Milton é bem diferente. “Nossos diálogos, desde então, têm sido, em sua maioria, silenciosos ou um pouco confusos. Meu pai me chama e tenta falar comigo, mas nem sempre consegue se expressar. As inúmeras ligações a cada vez que eu viajo para trabalhar, já não existem mais, nem mesmo a curiosidade por boas fofocas da vida, ou a espera ansiosa por cada vez que eu retorno para casa em que ele me aguardava com uma camiseta com a nossa foto, ou a curiosidade travessa de me perguntar se eu tinha batido em todo mundo nas voltas dos treinos de jiu-jítsu”, comparou.
O empresário ainda falou sobre a dor de acompanhar a fragilidade do pai. “Tem sido uma batalha diária, uma dor intensa e um vazio enorme no peito. Pois, de alguma forma, o meu melhor amigo está me deixando aos poucos. Em alguns momentos, enquanto assisto à televisão com ele, em meio ao silêncio, ele puxa e segura a minha mão. Também tem sido comum que ele só aceite fazer algumas refeições, quando eu estou ali o incentivando. Acho que essas têm sido as maneiras dele me dizer o que em alguns momentos ele não vem conseguindo expressar através das palavras”, relata.
Por fim, Augusto explicou como tem lidado com a doença de Milton Nascimento. “Venho tentando retribuir todo o bem, o amor, cuidado e carinho, dando o máximo de dignidade e conforto que ele pode e merece ter nesse momento. Desde o momento em que o universo nos colocou um no caminho do outro, somos inseparáveis e invencíveis, e seguiremos assim enquanto estivermos juntos nessa vida… peço respeito e compaixão de todos nesse momento tão delicado. Eu te amo e sempre amarei, paizinho”, declarou.
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