Nome de destaque da internet no Brasil, a influenciadora digital Virgínia Fonseca depôs como testemunha. Ela afirma não ter arrependimentos por propagandas e diz não ter como socorrer seguidores
Por Correio Braziliense
A influenciadora Virgínia Fonseca afirmou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets, nesta terça-feira (13/5), que não se arrepende dos contratos firmados com duas bets, palavra utilizada para fazer referência à casas de apostas virtuais. Ela foi convocada a depor como testemunha.
Convocada pela comissão para depor sobre o envolvimento com apostas esportivas, a influencer, além de não lamentar os anúncios feitos para as empresas, afirmou, também, que não tem como prestar auxílio aos seguidores dela, que pedem socorro por endividamentos por conta das apostas on-line.
Com um habeas corpus, que deu a ela o direito de ficar calada diante de perguntas que pudessem incriminá-la, Virgínia também negou um potencial ganho de parte do lucro obtido pelas empresas. Os congressistas queriam saber se ela recebia a partir das perdas de cada apostador influenciado. Virgínia tem 53,4 milhões de seguidores, apenas no Instagram. Ela é uma das principais garotas propaganda de casas de aposta.
“Eu sou influencer, virei mãe, levei meus pais para morarem comigo. Me tornei empresária nesse tempo e apresentadora. E hoje sou tudo isso, e eu espero poder esclarecer todas as dúvidas aqui hoje. E quero agradecer a oportunidade de fazer isso, porque tem muitas coisas que a gente não pode falar na internet, né, que a gente não tem a liberdade de falar. Acredito que vou poder falar aqui hoje, estou muito grata. Que deus abençoe nossa audiência, bora para cima”, disse Virginia, no início da sessão.
Em resposta à relatora da comissão, a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS):
“Acho que eles pedem socorro para a senhora porque a senhora tem o poder de fazer alguma coisa. Eu não tenho poder de fazer nada. Eu não tenho… Então, aí, tá complicado”.
“Olha, senadora (Thronicke), eu não me arrependo de absolutamente nada do que já fiz na minha vida. Acredito que tudo serviu de ensinamento. Então, eu fiz e, hoje, estou aqui depondo para colaborar com vocês e espero que ajude.”
“Eu vou falar por mim. Quando eu posto, sempre deixo muito claro que é um jogo, que pode ganhar e pode perder. Que menores de 18 anos são proibidos na plataforma. Se possui qualquer tipo de vício, o recomendado é não entrar. E para jogar com responsabilidade.”
“Estou falando por mim, não sei como outros influenciadores fazem. Eu sempre deixo claro. Tudo isso que me passaram, eu falo. Normalmente, eu faço três stories. Em dois, eu falo, e no outro é mostrando como joga e tudo mais […] O que for para melhorar, é só passar para mim que eu faço como tiver que ser feito.”
“Na época, saiu na internet, eu não pude responder por questão de confidencialidade e apanhei calada. Eu fechei o meu contrato com a Esportes da Sorte e esse valor que eles me pagaram, se eu dobrasse o lucro dele, eu receberia 30% a mais da empresa. Em momento algum, sobre perda dos seguidores. Meu contrato não tem nada de anormal.”
“Esse valor nunca foi atingido, nunca recebi um real a mais do que meu contrato de publicidade que fiz por 18 meses. Era um valor fixo. Se eu dobrasse o lucro, eu receberia 30% a mais da empresa. Mas isso não chegou a acontecer.”
“Se realmente faz tão mal para a população, proíbe tudo. Por que está regulamentando? Agora, eu nunca aceitei fazer publicidade para casas de apostas não regulamentadas. E eu recebo muita oportunidade, muitas propostas para fazer […] Se for decidido por vocês que tem que acabar, eu concordo”, disse Virginia.
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