Por Alessandro de Oliveira e Letícia Guedes via Correio Braziliense
A estiagem que assola o Distrito Federal tem colocado muitos moradores do quadradinho em um estado de mal-estar. Nesta quarta-feira (25/9), a capital chegou aos 155 dias sem precipitações. A temperatura máxima foi registrada na estação do Gama — 34,7°C.
Além disso, o DF está oficialmente sob onda de calor. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta laranja, que significa perigo e indica que as temperaturas podem variar em até 5ºC acima da média de 29,1ºC prevista para setembro. A umidade relativa do ar oscila entre 20% e 12%.
Para o fim de semana, o órgão prevê que podem ocorrer chuvas em áreas isoladas. Apesar disso, a onda de calor deve permanecer até sábado (28/9). “Ainda que haja chuva, será passageira e de fraca intensidade, não sendo suficiente para mudar, efetivamente, a atual situação, apenas aliviando um pouco o calor e melhorando a qualidade do ar”, adianta.
A alta da temperatura em relação à média prevista para o período e a abrangência geográfica significativa são os aspectos que definem uma onda de calor. Esta é a oitava registrada no país neste ano. A massa de ar quente e seca veio do Sul e chegou ao DF nesta semana. “O Brasil está em alerta para o calor desde domingo, mas a onda não havia atingido o DF. É importante destacar que onda de calor não refere-se a ponto, mas a regiões. Se o registro de temperaturas elevadas está em uma pequena área, não se trata de uma onda de calor”, explica o Inmet.
Ao longo da semana, o calor permanecerá. “Este ano, não houve registros de frentes frias no DF e a chuva parou mais cedo, em 23 de abril, o que contribuiu para que tivéssemos temperaturas elevadas em todos os meses. É provável que na sexta-feira e no sábado (28/9) as temperaturas aumentem ainda mais, com a máxima podendo chegar a 36°C”, acrescenta o instituto.
De acordo com a Defesa Civil, a exposição ao calor extremo pode causar sintomas graves quando a temperatura corporal ultrapassa os 40º C, fazendo com que o mecanismo de transpiração falhe e o organismo não consiga se resfriar. “A pessoa acaba perdendo muita água, sais e nutrientes importantes para manutenção do equilíbrio do organismo”, alerta.
Pessoas com maior risco de complicações e até de morte durante uma onda de calor são crianças, idosos e aquelas com condições crônicas que requerem medicação diária, conforme a Defesa Civil.
Vitor Lopes, 35 anos, é investidor e mora em Ceilândia. Ao Correio, contou que aumentou o consumo de líquido. “Água era uma coisa da qual eu não fazia tanta questão, mas tive que me esforçar muito. Quando saio na rua, uso protetor solar. Percebo também a necessidade de comprar um óculos de sol”, diz.
É a mesma situação da vendedora Verônica Lopes, 48, de Sobradinho. Ela começou a beber mais água e, por comercializar seus produtos na rua, passou a iniciar o trabalho após as 16h. “Antes desse horário, é impossível conseguir trabalhar”, afirma Verônica.
“Antes desse horário, é impossível conseguir trabalhar”, que também usa protetor e comprou um boné.
O auxiliar administrativo Carlos Henrique, 26, mudou a rotina de exercício. “Costumava fazer a minha caminhada por volta das 9h. Nesse horário, ainda é recomendado fazer exercício, mas o sol já está muito forte, então, passei a caminhar às 20h, quando chego do trabalho”, destaca o morador do Guará.
» Atenção com a hidratação de recém-nascidos, crianças, idosos e doentes;
» Aumente a ingestão de água ou suco de frutas, mesmo sem ter sede;
» Evite bebidas alcoólicas;
» Faça refeições leves e mais frequentes;
» Evite exposição direta ao sol nas horas mais quentes;
» Use roupas leves, que não retêm muito calor;
» Use umidificadores de ar, toalhas molhadas ou baldes de água;
» Não deixe crianças ou animais em veículos estacionados.
*Estagiário sob a supervisão de Malcia Afonso