Cantora falou sobre nome, beleza, veganismo e infância
Por Lais Seguin - TMJ Brazil via Correio Braziliense
Hoje celebrada mundialmente como uma das artistas mais premiadas de sua geração, Billie Eilish abriu o coração sobre um lado pouco conhecido de sua trajetória.
Em uma conversa reveladora publicada nesta segunda-feira (14), pela British Vogue, a cantora de 23 anos compartilhou lembranças da infância que envolvem sua relação conflituosa com o próprio nome.
“Quando eu era criança, simplesmente detestava o nome Billie”, confessou a artista durante uma entrevista conduzida por Idris Elba, parte de um especial onde celebridades entrevistam outras celebridades.
Na época, a jovem achava que seu nome soava demasiadamente masculino. “Escutava o tempo todo que era nome de menino. Tudo o que eu queria era me chamar algo como Violeta ou Lavanda — um nome suave, delicado, feminino.”
Apesar do desconforto na infância, Billie construiu ao longo dos anos uma carreira sólida e autêntica, que hoje está diretamente associada ao nome que um dia quis abandonar. “Hoje, não há outro nome que faça sentido pra mim. Billie é quem eu sou por completo”, declarou.
O nome, aliás, foi escolhido como uma homenagem ao avô, William, e sua primeira associação positiva com ele veio por meio da atriz Billie Piper, conhecida pela série Doctor Who.
Além das questões sobre identidade, a entrevista abordou outros temas sensíveis. Nicki Minaj, uma das convidadas especiais, falou sobre a imagem pública de Billie e perguntou se, em algum momento, ela já desejou ser ouvida sem ser vista. A resposta veio carregada de emoção. “Nicki, quase chorei com isso”, disse Eilish, visivelmente tocada. “Nunca me achei bonita. Tive que trabalhar muito internamente pra aceitar meu corpo e minha aparência. Ser mulher é uma tarefa árdua.”
Outro ponto marcante da conversa surgiu quando Stella McCartney questionou a artista sobre sua escolha pelo veganismo. Billie explicou que a decisão foi amadurecida com o tempo. “Minha família inteira era vegana e, por muito tempo, eu resisti. No início, minha motivação era puramente estética. Eu odiava meu corpo e acreditava que emagrecer resolveria tudo. Depois, entendi o impacto devastador da indústria de laticínios e da pecuária. É algo que muita gente prefere ignorar.”
Com nove prêmios Grammy, dois Oscars e dois Globos de Ouro no currículo, Billie Eilish segue desafiando padrões — seja na música ou nas conversas que propõe. Recentemente, foi anunciada como uma das atrações do encerramento das Olimpíadas de Paris, ao lado de nomes como Snoop Dogg e Red Hot Chili Peppers. Mais do que uma artista, Eilish se consolida como voz de uma geração que busca autenticidade, vulnerabilidade e transformação.
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