A atleta e a equipe técnica optaram por prolongar o ano sabático. Esse é o primeiro período de descanso desde o início da carreira profissional
Por Correio Braziliense
Quem estava ansioso para ver Rebeca Andrade brilhar no Mundial de Ginástica de Jacarta em outubro deste ano, terá de esperar mais um pouco. Em entrevista ao Globo Esporte, a ginasta e o treinador Francisco Porath, o “Xico”, juntamente com a equipe técnica, afirmaram ter optado por não competir esse ano.
“Optamos por não competir este ano. No planejamento da Rebeca, este ano seria mais tranquilo”, afirmou o treinador da ginasta. Esse será o primeiro período de descanso da atleta desde 2015, quando iniciou a carreira na modalidade profissional.
“Estou descansando. Está sendo bem importante para mim. Era algo que eu queria há muito tempo, mas eu entendia as minhas prioridades. Então acabei jogando mais para frente. Mas hoje para mim está sendo maravilhoso”, disse Rebeca.
Como o evento mais importante no calendário de Rebeca seria o Mundial de Jacarta. Porém, decidiram priorizar a saúde mental e física da ginasta. Ela deve retornar aos compromissos em 2026, quando começam as disputas para as vagas das olimpíadas de Los Angeles 2028.
Mesmo sem competições, ela segue treinando no Centro de Treinamento do Time Brasil, no Rio de Janeiro. Mas, em um ritmo menos intenso. “Ela não vem ao ginásio obrigada. Ela vem, se diverte, treina, vê as meninas. Está com a rotina de treino mais baixa, mas com a cabeça muito boa”, disse o treinador na entrevista.
Simone Biles, atleta norte-americana, segue o mesmo caminho. Ela está em um período de descanso, semelhante ao que fez em 2017, após as Olimpíadas do Rio, e em 2022, após a Olimpíada de Tóquio.
Em 2024, a ginasta conquistou quatro medalhas para o Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris — inclusive o ouro na final do solo — e tornou-se a maior medalhista olímpica nacional. Ao lado de Simone Biles e Jordan Chiles, Rebeca relembrou a reverência das competidoras quando ganhou o primeiro lugar: “Foi um momento muito especial aquele pódio com três mulheres pretas. A representatividade foi enorme, não só para mim, mas também para elas. Não estava esperando o que aconteceu no pódio, elas combinaram na hora (a reverência), e fiquei muito feliz com o carinho gigantesco.”
Ainda na adolescência, em 2015, Rebeca rompeu o ligamento cruzado anterior (LCA), episódio que culminou na primeira cirurgia no joelho da atleta. Como resultado da lesão, uma segunda cirurgia foi realizada em 2017. Às vésperas do Pan de Lima (Peru), em 2019, Rebeca precisou de uma nova intervenção.
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