O ano de 2028 marcará os 30 anos de prisão do “Maníaco do Parque”, como Francisco de Assis Pereira ficou conhecido pelos crimes que cometeu nos anos 90. Embora exista a possibilidade dele deixar a cadeira nesta data, Caroline Landim, advogada do condenado, afirma que não apoia essa possibilidade. Segundo a profissional, o cliente nunca passou por qualquer avaliação psicológica que comprove que ele está apto para deixar a prisão. A declaração foi publicada pelo jornalista Ulisses Campbell, na coluna True Crime, do jornal O Globo.
Francisco foi sentenciado por crimes praticados entre 1996 e 1998, envolvendo sete homicídios, múltiplos estupros e roubos. A pena totaliza mais de 276 anos, mas a legislação vigente no momento da condenação estipula 30 anos como o tempo máximo de prisão. Portanto, ele poderá ser libertado ao final desse período, caso a defesa solicite. “Não farei. Por mim, ele ficará preso para sempre”, declarou a defensora.
Caroline argumenta que qualquer chance de soltura deveria depender de um parecer psiquiátrico emitido por especialistas judiciais. Ela também revelou comportamentos do cliente que considera alarmantes. Segundo a advogada, o cliente recusou participar de um documentário caso não recebesse antes “um tratamento dentário completo, um rádio e um par de patins”. Os mesmos pedidos teriam sido feitos por ele a ela e a outras mulheres com quem troca correspondências. “Ele exige dentes de porcelana. Não aceita dentadura nem resina”, relatou.
A condição bucal do “Maníaco do Parque” é causada por uma doença genética chamada amelogênese imperfeita, responsável por comprometer o esmalte dentário desde a juventude. Hoje, ele está totalmente sem dentes. No entanto, devido ao seu histórico de violência, essa solicitação gera apreensão: registros do IML apontam que ele chegou a arrancar partes dos corpos das vítimas com mordidas.
Apesar da brutalidade dos crimes, ele nunca foi submetido a exame criminológico, já que esse tipo de avaliação é solicitado apenas quando há pedido formal de progressão de regime, algo que não ocorreu. Como sua pena está sendo cumprida inteiramente em regime fechado, a legislação permite a soltura automática após o tempo máximo, sem a necessidade de laudos recentes.
Durante os anos de 1996 a 1998, ele atraía mulheres com falsas promessas de trabalho como modelo. Levava as vítimas ao Parque do Estado, na zona sul paulistana, onde praticava os crimes. Especialistas do Hospital das Clínicas, após submetê-lo a testes como o de Rorschach, o diagnosticaram como psicopata. As vítimas geralmente tinham autoestima fragilizada, o que facilitava a abordagem. Francisco chegou a afirmar, em diferentes interrogatórios, que voltaria a cometer assassinatos se voltasse a circular em liberdade.
Atualmente com 57 anos, o detento cumpre pena na penitenciária de Iaras, no interior de São Paulo, instituição voltada a criminosos sexuais. Ele trabalha na fabricação de tapetes de sisal dentro da unidade prisional. Desde sua prisão, teve um ganho de peso superior a 100 quilos e passou cerca de dez anos sem contato familiar. Recentemente, voltou a se comunicar com sua mãe e seu irmão.
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