

Influenciador revelou ao Ministério Público quanto arrecadava mensalmente com a criação de conteúdo
Por Mariana Morais - Correio Braziliense
Em meio ao processo que apura a produção e divulgação de conteúdos com crianças e adolescentes, Hytalo Santos, influenciador digital preso junto ao marido, Israel Vicente, apresentou sua versão dos fatos durante audiência revelada neste domingo (30/11) pelo programa “Fantástico”, da TV Globo.
Acusado de tráfico de pessoas, exploração sexual e pornografia infantil, o criador de conteúdo afirmou que seus rendimentos vinham exclusivamente de rifas autorizadas e ações publicitárias.
Questionado pelo Ministério Público sobre valores mensais, declarou: “400 a 600 mil reais”. Ele também negou ter lucro direto com as plataformas em que os vídeos foram divulgados.
Em sua defesa, Hytalo alegou que os vídeos retratavam expressões culturais da periferia, especialmente por meio de danças do brega funk.
“Eu nunca cheguei a gravar vídeos com cenas pornográficas nem com cunho sexual… para a gente que é da periferia é arte”, declarou.
O influenciador também demonstrou incômodo com o processo. “Eu me sinto até um pouco constrangido por ter feito tanto por essas crianças, tanto por esses adolescentes que estão colocados aqui nos autos e ter que responder… mas me dói, me dói muito.”
A repercussão do caso cresceu após o influenciador Felca publicar um vídeo nas redes sociais denunciando a chamada adultização de menores.
A partir disso, o GAECO solicitou a prisão de Hytalo e Israel. Detidos em São Paulo, os dois foram transferidos para a Paraíba, onde permanecem após a Justiça negar o pedido de liberdade.
A defesa sustenta que não há configuração de crime nos vídeos analisados. “Eles podem ser vistos como sensuais, mas a lei não criminaliza o ato sensual… E a pornografia não está demonstrada”, alegam os advogados.
Paralelamente ao processo criminal, o casal também responde a uma ação movida pelo Ministério Público do Trabalho, que os acusa de tráfico de pessoas com fins de exploração sexual e por submeter adolescentes a condições degradantes.

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