O ator Pedro Cardoso, intérprete de Agostinho Carrara, afastou-se das telinhas em 2013, logo após o fim do seriado “A Grande Família”, mas continua sendo constantemente lembrado por causa do personagem. Nesta segunda-feira (17), o artista usou as redes sociais para fazer uma reflexão sobre a fama após ter seu rosto pintado em uma parede. Na publicação, ele apontou certa vaidade na vida de famoso e afirmou que essa profissão torna as pessoas “ansiosas por elogios”.
A publicação de Pedro Cardoso foi postada em seu perfil no Instagram, onde ele fez questão de falar sobre como se sentia no início da carreira. “O quê em ser famoso tanto me agrada? E o que for, talvez seja o mesmo que agrada a toda gente. E o quê nesse prazer da fama as redes antissociais modificaram? Lembro a emoção de me sentir importante quando jovem eu concedia entrevistas. Ainda hoje me sinto. Lembro de contemplar minha foto no jornal e não caber em mim de vaidade. E lembro também logo do vazio dos dias seguintes quando nos jornais foto minha não havia”, recordou ele.
Em seguida, o intérprete de Agostinho Carrara chamou de “ridícula” a vontade de ser o centro das atenções que a profissão de ator desperta nas pessoas. “Lembro logo depois começar a se esboçar em mim a compreensão do quão ridícula é a vida dos artistas famosos por conta desse desejo que vai ficando insaciável de ser destaque na sociedade. O que as redes antissociais oferecem aos artistas – e a toda gente – é a oportunidade de ser notícia TODOS os dias. Antes, era um dia ou outro o dia de glória. Agora, todos os dias a pessoa se faz notar dando notícia de si mesma”, apontou ele.
Embora estivesse criticando essa realidade, Pedro Cardoso reconheceu que esse sentimento ainda o atinge de vez em quando. “Viciamos-nos em doses diárias de convívio com o público, ansiosos por elogios diários. Na praça dos nossos vícios, os donos do negócio vendem publicidade e mentiras ideológicas. E nós, artistas, somos a mão de obra quase gratuita que eles empregam. Nosso pagamento mínimo é o prazer da vaidade pela ilusão de sermos diariamente notícia. Acontece a toda gente; comigo não é diferente”, revelou ele.
O ator então refletiu sobre o personagem que foi eternizado na memória dos brasileiros por causa de “A Grande Família”. “Mas então me chega a pintura na parede de uma casa brasileira do personagem que representei num programa de TV. E tudo melhora para mim. A figura pintada na parede não sou eu. É o Agostinho. O artista pintou o meu trabalho; não a minha pessoa. Ter a minha participação na vida cultural do país pintada na parede, depois de amplificada por uma empresa de telecomunicação, afirma a minha vocação de ator; e confirma o des-valor da vida de famosos, de celebridades que a vida de ator de televisão se simulam”, disse ele.
O ex-global finalizou a publicação falando sobre um mundo ideal, onde a fama não subiria à cabeça das pessoas. “O ideal seria não ser famoso. Que o público esquecesse o artista e guardasse apenas a arte dele na memória. E que cada vez que o visse em cena fosse a primeira vez. Quem merece a fama é a arte; não o artista. A maior glória do artista é ser esquecido enquanto sua arte é lembrada”, concluiu.
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