O cantor Freddie Mercury se consagrou como uma das maiores vozes da música mundial à frente da banda Queen e faleceu em 1991 de broncopneumonia, causada pela Aids. No entanto, apesar de ter vivido uma vida pessoal discreta, novos aspectos de sua história vieram à tona em uma biografia baseada em diários mantidos por ele de 1976 até pouco antes de falecer, aos 45 anos.
Esses registros estavam guardados por alguém próximo ao cantor e apenas quatro pessoas no mundo sabiam da existência deles. Em 2021, essa pessoa concedeu à escritora e biógrafa Lesley-Ann Jones acesso completo ao material. Nos livros, a guardiã dos cadernos é chamada de B, apresentada como filha de Freddie Mercury, cuja existência foi mantida em sigilo durante sua vida.
O estudo desses diários, somado a encontros com B, resultou no livro “Com amor, Freddie: a Vida e o Amor Secreto de Freddie Mercury“, lançado no Brasil pela Editora Rocco nesta sexta-feira (5). A publicação não apenas revelou detalhes da intimidade do artista, como também confirmou a existência da filha até então desconhecida.
Entre os inúmeros desabafos escritos por Freddie, Lesley-Ann encontrou relatos dolorosos, incluindo um episódio em que Freddie descreveu ter sofrido abuso sexual de um professor durante o período em que estudava em um internato na Índia.
De acordo com a biografia, instituições desse tipo frequentemente eram marcadas por experiências sexuais entre meninos que haviam sido “arrancados de suas famílias e trancados num lugar fechado”. “Garotos se comportavam como garotos”, aponta um trecho. O cantor também escreveu que foi surpreendido por um professor durante uma “sessão de prazer coletivo com um grupo de outros garotos” e, a partir desse episódio, passou a ser violentado por ele durante meses. O relato aparece descrito em uma “linguagem crua e sem emoção”.
“Na primeira vez que o homem tocou nele, Freddie não reagiu. Estava petrificado. Talvez o estuprador tenha visto isso como uma forma de incentivo ou consentimento. O professor o obrigou a se inclinar para a frente. A etapa seguinte foi muito dolorosa. Freddie ficou horrorizado e totalmente apavorado. O estuprador estava com pressa. Fez o que tinha ido fazer sem dizer uma palavra, nem demonstrar a menor preocupação pelo garoto ou por seus sentimentos”, escreveu a autora.
Segundo o livro, os abusos se prolongaram até o fim do ano escolar, quando o professor deixou a instituição sem explicações. “Freddie não podia falar com ninguém a respeito disso. Mas sabia que todas as pessoas estavam cientes. Naturalmente, o bullying e os deboches aumentaram”, acrescenta a biografia.
Esse trauma teria acompanhado Freddie por toda a vida. Após o ocorrido, ele passou a praticar boxe e, em seguida, encontrou na música um espaço para transformar a dor em expressão artística. “Ele buscou com afinco a felicidade e a alegria que a música lhe proporcionava. A música passou a ser tudo para ele. Sempre que podia fugir da sala de aula e ir para o piano da escola, ele corria para lá”, contou B em outro trecho da obra.
Além de expor esses aspectos íntimos, o livro também confirmou publicamente a existência da filha secreta do cantor. B revelou que nasceu em 1976, fruto de um relacionamento de sua mãe, uma francesa, com Freddie. Na época, o músico era amigo próximo do marido dela, e os três optaram por manter a criança fora do conhecimento público.
Freddie deixou para a filha os 17 diários que manteve ao longo da vida, e foi esse acervo que serviu de base para a biografia. B contou que decidiu compartilhar o conteúdo com o objetivo de corrigir as “mentiras, especulações e distorções” que circularam sobre o pai ao longo de mais de três décadas, sobretudo depois do lançamento do filme “Bohemian Rhapsody”.
A convivência familiar também foi abordada. Segundo B, apesar das circunstâncias, eles criaram uma dinâmica própria. “Eu tinha dois pais. Chamava o Freddie de pai e meu padrasto de ‘pa’”, revelou.
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