Nesta terça-feira (26), o ministro do STF, Alexandre de Moraes, tirou o sigilo do inquérito da Polícia Federal que investigou a tentativa de golpe militar que ocorreu após as eleições de 2022 e detalhes sobre o envolvimento do ex-presidente do Brasil foram divulgado. De acordo com uma das mensagens enviadas pelo tenente-coronel Sérgio Cavaliere, integrante do “núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral”, Jair Bolsonaro não teria assinado o decreto do golpe por medo da ação dar errado.
Na mensagem de áudio, o tenente-coronel explicou que o medo do 38º presidente do país era que acabasse acontecendo o mesmo que com Pedro Castillo, ex-presidente do Peru. Em dezembro de 2022, ele tentou dissolver o Congresso do país sul-americano, mas acabou afastado do cargo e preso por rebelião, abuso de autoridade e perturbação da paz.
“E o presidente não vai embarcar sozinho porque pode acontecer o mesmo que no Peru. Ele está com decreto pronto ele assina e aí ninguém vai ele vai preso. Então não vai arriscar”, o tenente-coronel Sérgio Cavaliere explicou em uma mensagem enviada. De acordo com a Polícia Federal, a mensagem foi enviada no dia 16 de dezembro daquele ano, apenas 9 dias após a tentativa de golpe no país vizinho.
Ainda de acordo com a Polícia Federal, Jair Bolsonaro tinha ciência de toda a movimentação ligada à tentativa de golpe militar. “Dando prosseguimento à execução do plano criminoso, o grupo iniciou a prática de atos clandestinos com o escopo de promover a abolição do Estado Democrático de Direito, dos quais Jair Bolsonaro tinha plena consciência e participação ativa”, dizia o inquérito. A investigação ainda colocou o ex-presidente como figura central no plano. Vale lembrar que recentemente ele e mais outras 36 pessoas foram indiciadas pels crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado democrático de Direito e organização criminosa.
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