Em postagens emocionadas, ela e o marido, Gui Leonel, lamentaram decisão da criança de 12 anos, após dois anos vivendo com eles
Por: Morillo Carvalho, editor Clube.FM
Em 2019, Carol Nakamura e o marido, Gui Leonel, adotaram Wallace – que tinha nove anos de idade, à época. Ele vivia em uma das regiões mais degradadas do Rio de Janeiro e, provavelmente, do país: as imediações do antigo Lixão de Jardim Gramacho, em Duque de Caxias (RJ) – o ambiente onde se passava o início da trama de Avenida Brasil. O aterro, enquanto funcionou (entre 1978 e 2012, ano da estreia da novela), acumulou não apenas lixo suficiente para ser considerado o maior da América Latina, mas bolsões de miséria. E era nesse contexto em que Wallace vivia quando foi adotado.
Ocorre que, com a chegada da pandemia, os trâmites do processo de adoção ficaram mais lentos e chegaram a paralisar, então o casal ainda não dispunha da guarda definitiva. Agora, aos 12 anos, quando houve a audiência judicial para a definição da guarda definitiva, a vontade do garoto é ouvida pela Justiça que pode, ou não, considerá-la relevante. Neste caso, foi. E neste caso, Wallace decidiu voltar para a mãe biológica.
“Infelizmente a vontade dele foi partir, voltar para a casa da mãe biológica. E por mais doloroso que seja para nós, temos de entender e respeitar, afinal, não sei como reagiria se estivesse na pele dele. Você viver em um mundo completamente avesso àquele que vivia, aonde existem regras, horários, compromissos, obrigações… Tudo isso, depois de viver 9 anos, sem sequer conhecer nenhuma das palavras mencionadas acima. Sem saber ler, escrever… Mas o que prezamos é a felicidade dele, mesmo sabendo que dificilmente terá um futuro”,
lamentou Gui Leonel, em post no Instagram
Carol também falou sobre a decisão do menino na mesma rede social:
“Ele sempre foi muito amado e tem consciência disso. Ele tem uma mãe biológica. Uma criança que cresce sem regra é muito difícil… Por mais que você mostre os benefícios da educação, alfabetização, ter uma família, casa, oportunidades, o que ele não tinha antes, é complicado e decepcionante. Não estava acreditando que isso ia acontecer. Tive que respeitar a vontade dele. Wallace estava safado. Ele já tinha entendido que eu não tinha a guarda dele. Se a gente brigasse ou colocasse de castigo, ou chamasse a atenção, ele queria ir para a casa da mãe. E se a mãe fizesse o mesmo, ele vinha para cá. E nisso faltando na aula. Sem vergonha. A gente sempre sentou e conversou demais, mas infelizmente foi isso. Já chorei, fiquei sem entender, mas não adianta. O que me resta é aceitar”,
disse a mãe adotiva
Triste, né? Agora, eles pedem respeito ao momento de dor e silêncio por que passam. Que saiam logo dessa e, a despeito do que já viveu até aqui, que seja feliz o menino Wallace!
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