A candidatura do deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ) à presidência da Frente Parlamentar Evangélica (FPE) tem gerado divisões significativas dentro da bancada. Sua postura de aproximação com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem sido alvo de críticas por parte de parlamentares alinhados ao bolsonarismo, que temem um afastamento da FPE de uma linha combativa em relação ao governo federal.
Recentemente, Otoni de Paula pediu orações pela saúde do presidente Lula após este passar por uma cirurgia no cérebro, gesto que intensificou o desconforto entre os bolsonaristas da bancada. Além disso, sua participação em eventos no Palácio do Planalto, como a sanção do Dia Nacional da Música Gospel, e seu apoio à reeleição de Eduardo Paes no Rio de Janeiro, aliado de Lula, aumentaram as tensões internas.
Em resposta, uma ala da FPE, liderada pelo pastor Silas Malafaia e pelo deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), tem articulado a candidatura do deputado Gilberto Nascimento (PSD-SP) à presidência da bancada. Nascimento, delegado da Polícia Civil e respeitado entre os parlamentares evangélicos, representa uma opção mais alinhada ao bolsonarismo. A eleição, inicialmente prevista para dezembro, foi adiada para fevereiro de 2025 devido à falta de consenso, refletindo a crescente polarização dentro da FPE.
A disputa pela liderança da FPE destaca a divisão interna entre os parlamentares evangélicos, com um grupo buscando maior aproximação com o governo federal e outro defendendo uma postura mais independente ou alinhada ao bolsonarismo. Essa polarização reflete as tensões políticas atuais e pode influenciar a atuação da bancada em pautas relevantes para a comunidade evangélica.
A eleição para a presidência da FPE, marcada para fevereiro de 2025, será um momento decisivo para a definição do rumo político da bancada evangélica. O resultado dessa disputa poderá determinar a postura da Frente em relação ao governo federal e sua atuação em temas sensíveis para a comunidade evangélica.
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