Nos últimos anos, a “cultura do cancelamento” tem ganhado força no Brasil, e o cantor Ed Motta segue sentindo os efeitos disso, mesmo tendo se envolvido em uma polêmica há quase uma década. Segundo ele, as consequências daquele episódio de 2015 ainda impactam negativamente sua trajetória profissional no país.
Na época, Ed foi alvo de críticas após se manifestar contra o comportamento de brasileiros que, em suas apresentações internacionais, pediam músicas em português, mesmo quando os shows eram inteiramente em inglês. Durante esse período, o artista chegou a afirmar que o Brasil era uma “terra ignorante” e que os brasileiros eram “gente simplória”.
Recentemente, o cantor voltou a falar sobre o assunto e classificou o que está vivendo como uma espécie de “censura”. Um dia antes de se apresentar em São Paulo, na celebração dos 30 anos do álbum “Manual Prático para Festas, Bailes e Afins”, ele revelou que tem sido deixado de fora de convites para participar de eventos e festivais.
“Eu tô sem fazer um show desde novembro do ano passado, isso não é normal. Isso é uma retaliação em cima da opinião, é uma forma de censura velada”, ele disse em uma entrevista recente. “É uma forma de censurar. E eu tenho aprendizado com isso. Aprendizado de não repetir essas coisas e me arrependo delas, porque eu não quero colocar a mão no fogo. Eu pago um preço por isso, no Brasil principalmente, né. Fora do Brasil ninguém nem sabe disso”, lembrou ele.
Mesmo reconhecendo que suas palavras trouxeram consequências, Ed aproveitou a entrevista para criticar a imprensa brasileira. “As minhas entrevistas que eu faço fora [do país] os caras são super radicais: ‘E aí, Ed Motta, o novo jazz, o que você acha?’ Desço a marreta e não tem isso de ‘Vamos acabar com a vida desse gordo porque ele acabou de falar mal do jazz’. Não, não tem essa coisa terceiromundista, não tem. Então, isso é daqui. Eu nunca vi. Esse linchamento por uma relez opinião é muito caipira, é muito jeca”.
Por conta disso, ele afirma ter voltado sua carreira para o exterior, com produções em inglês e parcerias com selos europeus. “O que eu aprendi disso é que tenho que calar minha boca, só isso. Não me arrependo de nada, não mudei de opinião nenhuma, só tenho que ficar quieto, ter inteligência emocional para ficar quieto, como a maioria dos seres humanos”, apontou.
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