Na última segunda-feira (6), um empresário de 47 anos foi preso em flagrante pela Polícia Civil por suspeita de manter a esposa e os filhos em cárcere privado por 7 anos. A situação aconteceu na cidade de Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul, e além da família do homem, os investigadores ainda encontraram oito armas de fogo de uso restrito e 500 munições dentro da casa.
De acordo com as informaqções divulgadas pela delegada Giovana Muller, responsável pelo caso, a esposa do empresário estava sendo mantida em cárcere privado desde 2018, tendo em vista que constantemente era vigiada pelo marido e não tinha contato com outros familiares desde aquela época. A comandante da investigação ainda detalhou como a vítima conseguiu pedir ajuda. “Usando um aplicativo [para celular] que não chamou a atenção dele, manteve contato com a irmã e pediu ajuda a uma advogada”, contou ela.
Durante as investigações, os agentes também descobriram que as vítimas eram impedidas de saírem de casa pelo empresário, que era a única pessoa a ter as chaves da casa. “Ela se comunicava com ele (o marido) pelo celular porque ele ficava no negócio deles, que ficava na frente da casa. Então, ela mandava mensagem quando precisava sair para alguma coisa. Se tivesse que ir ao supermercado, alguma coisa rápida, ele levava ela, mas ela ficava dentro do carro. Então, a convivência dela com outras pessoas era muito restrita, ela não podia sequer falar com outras pessoas. E ela não tinha contato com os familiares porque o WhatsApp dela era controlado”, explicou a delegada.
Segundo a investigação, os filhos do casal têm 12 e 8 anos de idade e, apesar de serem controlados constantemente pelo pai, tinham a permissão de frequentarem uma escola pública, embora não pudessem ter contato com outras pessoas fora do colégio. Ainda de acordo com a Polícia Civil, o filho mais novo está dentro do espectro autista e, em depoimento, o suspeito teria usado isso como justificativa para restringir o contato da família com outras pessoas.
“Ele é pai das crianças, tem negócio próprio, mantinha bom padrão para a família, porém encarcerada. Ele negou o cárcere e justificou que mantinha a família trancada por causa do filho autista. O filho maior não tinha contato com outros amigos que não fossem do ambiente escolar. As vítimas estavam nervosas e emocionadas por conta do reencontro com mãe e avó”, contou Giovanna Muller. O homem foi encaminhado ao Presídio Estadual de Santana do Livramento e deverá ser indiciado pelos crimes de cárcere privado e posse de arma de uso restrito.
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