Maria Adelaide Amaral, conhecida por assinar obras de sucesso da TV Globo como “Anjo Mau” (1997) e “Ti Ti Ti” (2010), compartilhou suas impressões sobre os rumos atuais das novelas da emissora. A dramaturga deixou o canal em 2022 e, recentemente, manifestou preocupação com a série de desligamentos de profissionais experientes que contribuíam para a realização das produções. Ela também fez críticas ao novo projeto de adaptação do clássico “Vale Tudo”, exibido na faixa das nove.
Nos últimos tempos, a emissora carioca tem rompido vínculos com rostos conhecidos, tanto do elenco quanto dos bastidores. Um exemplo marcante é o da roteirista Glória Perez, que deixou o canal após ter uma proposta de novela rejeitada. Para Maria Adelaide, esse cenário contribuiu para a perda de qualidade nas telenovelas.
“Acho que o produto técnico da Globo decaiu muito em função dessas demissões”, afirmou. “Essas pessoas fazem falta não só pelo que eram, mas pelo que ensinavam às novas gerações, aos aprendizes. O ‘padrão Globo de qualidade’ mandou lembranças!”, declarou em entrevista ao site NaTelinha.
Ela também falou sobre a nova versão de “Vale Tudo”, escrita por Manuela Dias. “Compara Vale Tudo de hoje com Vale Tudo de 1988… Você percebe a diferença na direção. As pessoas não têm a mesma competência. Na luz, na qualidade dos cenários, que são precários. Antes, você tinha grandes cenógrafos, diretores de arte e figurinistas trabalhando ali. Foi uma escolha muito ruim da Globo ter se livrado de tanta gente necessária”, opinou.
Diante da atual conjuntura, a emissora tem procurado reatar vínculos com nomes consagrados que haviam deixado a casa. Um exemplo é Aguinaldo Silva, que foi desligado em 2020 e agora retorna com a trama “Três Graças”, escalada para substituir “Vale Tudo” na faixa nobre. Ao ser questionada sobre a possibilidade de voltar a escrever para a TV, Maria Adelaide foi enfática ao negar:
“Que bom que eu estou longe! Já dei minha contribuição para a televisão. Foram 32 anos na Globo. Foi ótimo enquanto durou. Agradeço muitíssimo sob todos os pontos de vista, não só pelas obras que pude escrever, mas pelo fato de ter sido reconhecida e bem paga”, ressaltou.
Ela também mencionou que se organizou financeiramente para viver esse novo momento, fora da emissora. “Hoje, tenho um conforto e uma dignidade porque fui muito bem paga e fiz uma poupança para a minha velhice. Isso é importante, porque precisamos de dinheiro pelo menos para pagar um bom plano de saúde. Sou muito grata, mas as fases, os ciclos, se encerram. Dei minha contribuição à Globo e ela retribuiu generosamente”, finalizou.
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