

Principal investigado foi preso. Grupo cobrava até US$ 11 mil e instruía migrantes a pedirem refúgio no Brasil, para depois ingressarem nos EUA por meio da fronteira mexicana
Por Jéssica Andrade - Correio Braziliense
A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira (19/11), a operação batizada como Rota Ilegal, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa transnacional especializada no contrabando de migrantes, com ramificações no Brasil e atuação em países como Paquistão, Afeganistão, México e Estados Unidos.
As investigações apontam que o grupo cobrava até US$ 11 mil e instruía migrantes a pedirem refúgio no Brasil.
De acordo com o comunicado divulgado pela PF, todas as medidas (mandados de busca e apreensão, prisão temporária do principal investigado, bloqueio e sequestro de bens) foram cumpridas no Distrito Federal. A investigação contou com cooperação de agências internacionais.
A PF apurou que a célula criminosa, com base em Brasília, era responsável por facilitar a entrada ilegal de migrantes oriundos do sul da Ásia nos Estados Unidos. Os investigados orientavam os migrantes a solicitarem refúgio no Brasil e, em seguida, eram transportados por rotas terrestres e marítimas até a fronteira mexicana, de onde ingressavam clandestinamente em território norte-americano.
Além disso, foi autorizado pela Justiça Federal o bloqueio de ativos financeiros, imóveis, veículos, embarcações, aeronaves e criptoativos, num valor estimado de até R$ 5,94 milhões. Foram também impostas medidas cautelares contra investigados, como apreensão de passaportes e restrição de deslocamentos.
O principal suspeito, preso durante a operação, não teve a identidade revelada. Ele atuava coordenando rotas, valores e logística internacional do grupo. Ele já foi condenado por crimes relacionados ao tráfico de pessoas e corrupção.
Segundo a Polícia Federal, a operação coloca o Brasil no foco no enfrentamento de redes de contrabando internacional de pessoas, sobretudo em rotas que utilizam o país como ponto de trânsito para chegarem aos EUA. “O fato de um grupo utilizar o instituto de refúgio no Brasil como parte da estrutura criminosa agrava o desafio migratório-humanitário”.

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