A história da mulher que teve dois paraquedas sabotados pelo então marido e caiu de uma altura de 1.200 metros começou a circular pelas redes sociais nesta quarta-feira (26). A situação aconteceu há dez anos, no Reino Unido, e depois que as autoridades descobriram que os equipamentos foram adulterados, o companheiro de Victoria Cilliers, Emile, passou a ser apontado como um dos suspeitos.
O episódio ocorreu no domingo de Páscoa de 2015 e, segundo especialistas, a sobrevivência da vítima, que atuava como instrutora de paraquedismo no Exército Britânico, foi resultado de diversos fatores combinados. O impacto com o solo, sua posição durante a queda e até mesmo as condições do terreno foram determinantes para evitar uma tragédia ainda maior.
Victoria recebeu a proposta do salto como um presente de seu então marido, Emile Cilliers. Naquele período, ela havia se tornado mãe pela segunda vez e, mesmo enfrentando problemas conjugais, viu na experiência uma oportunidade para aliviar a tensão. Inicialmente, a atividade estava programada para o dia anterior, mas foi adiada devido ao mau tempo.
O problema com o paraquedas
No dia seguinte, ela decidiu tentar novamente, desta vez sozinha. Durante a descida, Victoria percebeu que havia algo errado quando seu paraquedas principal não abriu como esperado e as cordas estavam completamente emboladas. Em um ato desesperado, tentou ativar o equipamento de segurança, mas ele já estava parcialmente acionado e não foi capaz de reduzir a velocidade da queda. Sem qualquer possibilidade de controle, ela caiu em alta velocidade até o solo.
As equipes de resgate chegaram rapidamente ao local e, para o espanto de todos, Victoria estava viva. No entanto, seus ferimentos eram graves: ela sofreu fraturas múltiplas na pélvis, na coluna e nas costelas, além de um colapso pulmonar.
Durante sua recuperação no hospital, uma análise detalhada do equipamento foi realizada pela Associação Britânica de Paraquedistas. O exame revelou uma descoberta alarmante – o paraquedas principal havia sido deliberadamente sabotado, com as cordas propositalmente emaranhadas, enquanto o reserva estava sem peças essenciais para seu funcionamento.A investigação policial concluiu, cerca de um mês após o acidente, que a falha nos equipamentos não havia sido um mero acaso, mas sim um ato proposital.
O julgamento do marido
Em outubro de 2017, Emile foi levado a julgamento. No entanto, durante o processo, Victoria mudou algumas declarações que havia dado anteriormente, o que gerou suspeitas de que ela ainda estivesse emocionalmente ligada ao ex-marido e tentava protegê-lo. Como consequência, o júri não chegou a um veredito e o julgamento foi anulado, resultando na libertação de Emile no mês seguinte.
Apesar disso, os promotores não desistiram do caso. Em maio de 2018, um novo julgamento foi realizado, desta vez com provas ainda mais contundentes. Foram apresentadas evidências de que Emile mantinha contato com outras mulheres e profissionais do sexo enquanto Victoria se recuperava no hospital, além de pesquisas feitas por ele sobre amamentação e indícios de que vinha utilizando o dinheiro da esposa de forma irresponsável. Especialistas traçaram seu perfil psicológico, descrevendo-o como um sociopata narcisista, incapaz de demonstrar empatia ou arrependimento e obcecado por esportes radicais.
Após um julgamento que durou seis semanas, Emile foi condenado por tentativa de assassinato e sentenciado à prisão perpétua, com a possibilidade de solicitar liberdade condicional apenas após cumprir 18 anos. O juiz foi incisivo ao destacar sua frieza e falta de remorso. Mesmo assim, Victoria levou algum tempo para cortar completamente os laços com ele. Durante algumas semanas, ela chegou a visitá-lo na prisão, tentando encerrar emocionalmente essa fase de sua vida, mas percebeu que ele ainda tentava manipulá-la.
Somente um ano após a condenação, Victoria decidiu pedir o divórcio e se afastar definitivamente, encerrando qualquer vínculo com Emile e deixando para trás essa dolorosa experiência.
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