Nesta sexta-feira (3), o rapper Sean Combs, conhecido como P. Diddy, recebeu a sentença de 50 meses de prisão, cerca de 4 anos e 2 meses, após ser condenado por duas acusações ligadas ao transporte de mulheres para fins de prostituição. O juiz responsável pelo caso, Arun Subramanian, também aplicou uma multa de 500 mil dólares, o que equivale a aproximadamente 2,6 milhões de reais, valor máximo permitido pela lei norte-americana.
A decisão veio meses depois do artista ter sido considerado culpado em julho por parte das acusações que enfrentava. O empresário foi condenado apenas por duas acusações, enquanto foi absolvido das mais graves, como tráfico sexual e conspiração para extorsão. Apesar de a legislação prever até 20 anos de prisão, a sentença acabou menor que a solicitada pela promotoria, que pedia pelo menos 11 anos.
Na audiência, o juiz ressaltou a importância do rapper para a música e para a comunidade, mas afirmou que as provas apresentadas confirmavam crimes sérios. “Você foi um artista que se fez por conta própria, alguém que elevou comunidades e se dedicou à família, mas um histórico de boas obras não pode apagar o registro neste caso, que mostra que você abusou do poder e do controle sobre a vida de mulheres que você professou amar.” O magistrado também destacou que os atos praticados “prejudicaram irreparavelmente duas mulheres” e que a punição severa era necessária “para enviar uma mensagem aos abusadores e às vítimas de que a exploração e a violência contra as mulheres são enfrentadas com real responsabilização”.
Durante a sessão, os seis filhos adultos de Combs pediram clemência diante do tribunal, chorando enquanto tentavam sensibilizar o juiz. A defesa do artista também exibiu um vídeo de 11 minutos que retratava o rapper em ações filantrópicas e como liderança comunitária. Mesmo assim, Subramanian relembrou que, após se desculpar publicamente com Cassie Ventura, ex-namorada que o acusou de agressões, Diddy voltou a agredir outra companheira, identificada como “Jane”. “O tribunal não tem certeza de que, se ele for solto, esses crimes não serão cometidos novamente”, afirmou.
Com a voz embargada, o músico assumiu sua responsabilidade e classificou suas atitudes como “repugnante, vergonhosa e doentia”. Ele pediu desculpas diretamente a Ventura e a Jane. “Não tenho ninguém para culpar além de mim mesmo”, declarou. Em seguida, mandou um recado à família: “Vocês mereciam algo melhor. Por causa das minhas decisões, perdi minha liberdade, perdi a oportunidade de criar meus filhos com eficiência, perdi meus negócios, minha carreira, e destruí totalmente minha reputação.”
Combs está preso desde setembro de 2024. Desde então, fez diversas tentativas de obter liberdade mediante fiança, mas todas foram recusadas pela Justiça norte-americana.
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