Nesta terça-feira (15), a InterTV divulgou a história de pacientes que perderam o olho após participarem de um mutirão de cirurgias de catarata no final de setembro deste ano. De acordo com a reportagem, a situação aconteceu no município de Parelhas, no Rio Grande do Norte, e dentre as 15 pessoas que tiveram complicações por conta do procedimento, 8 delas acabaram perdendo o globo oucular. A informação foi confirmada pela Secretaria de Saúde.
De acordo com a reportagem, o mutirão de cirurgias de catarata aconteceu nos últimos dias 27 e 28 de setembro, na maternidade Dr. Graciliano Lordão. Na ocasião, 20 pacientes passaram pelo procedimento no primeiro dia e 28 no segundo. No entanto, dentro os pacientes atendidos no primeiro dia, 15 apresentaram sintomas de endoftalmite, uma infecção que ocorre no olho e é causada pela bactéria Enterobacter cloacae.
O secretário de Saúde do município de Parelhas ainda detalhou à reportagem os novos procedimentos que os quais os pacientes infectados pela bactérios precisaram ser submetidos. “Infelizmente, 15 pacientes foram acometidos pela infecção bacteriana. Destes 15, 8 tiveram que retirar o globo ocular, 4 fizeram cirurgia de vitrectomia [substituição de um gel que fica dentro do olho] e 3 seguem sendo acompanhados pelos oftalmologistas”, contou Tiago Tibério dos Santos. Segundo ele, o município ainda teria aberto um inquérito civil público para investigar o ocorrido e as pessoas envolvidas no caso começaram a ser ouvidas nesta terça-feira. Em nota, a pasta ainda informou que o mutirão foi conduzido por um “oftalmologista experiente, tendo seguido os protocolos médicos e de segurança exigidos”.
Uma das pacientes que perdeu o olho por conta da bactéria foi Izabel Maria dos Santos Souza, de 63 anos, que é cabelereira. No último dia 4 de outubro, a potiguar precisou passar por um procedimento denominado evisceração ocular, que consiste na retirada do globo ocular, porém os músculos da região são preservados. Ela está internada no Hospital Universitário Onofre Lopes, em Natal. “Ela está bem melhor, mas continua internada para o restante do tratamento, para ver se elimina a bactéria, que se espalhou para a pálpebra, para não passar para o cérebro e não virar algo mais grave”, contou Evandro Santos, filho dela. “O psicológico dela está bem mexido, tanto para ela quanto para a família também, por ter precisado tirar o olho. Até agora não temos nada de informações sobre o que realmente aconteceu”, completou.
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