‘Preferia me ver morta’, diz Roberta Miranda sobre a mãe, que não aceitava sua sexualidade

A cantora Roberta Miranda é conhecida por ser uma das pioneiras do sertenejo feminino e, em uma entrevista recente ao podcast “Ser Artista”, fez um relato emocionante sobre sua vida pessoal e as barreiras que enfrentou devido à sua sexualidade. Durante a conversa, a artista compartilhou experiências marcantes e dolorosas, sobretudo relacionadas à rejeição vivida dentro da própria casa ao tentar assumir sua identidade como mulher bissexual.

“Eu não pude viver o grande amor da minha vida”, revelou Roberta, bastante emocionada. “A mulher que eu amei não me quis. E mais do que isso, eu também não podia sequer assumir esse sentimento. Eu fiz uma promessa à minha mãe de que jamais falaria da minha sexualidade.”

O preconceito vivido por Roberta Miranda

Ela contou ainda que a intolerância e a opressão em sua família foi tão grande que a mãe chegou a pedir em oração que ela morresse, acreditando ser uma forma de punição divina por amar outra mulher. “Ela rezava pedindo a Deus que me levasse. Preferia me ver morta do que saber que eu gostava de mulher. Eu carreguei isso por anos”, disse.

De acordo com Roberta, a repressão não vinha apenas do ambiente social ou da imprensa, que durante muito tempo evitou dar espaço às discussões sobre diversidade no sertanejo, mas também de dentro de casa. Isso a levou a esconder sua orientação e a negar seus sentimentos, mantendo relacionamentos em segredo e enfrentando sofrimento silencioso.

“Eu fui uma mulher que sofreu muito calada. Me calei por respeito à minha mãe, por medo, por vergonha que me colocaram. Mas ninguém deveria passar por isso. Amar não é crime”, declarou.

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