Ferramenta permite que cada contribuinte insira os dados de renda e visualize quanto pode economizar ou pagar a mais
Por Correio Braziliense
A Câmara dos Deputados aprovou, na quarta-feira (1º/10), o projeto de lei 1087/2025, que altera as regras do Imposto de Renda de Pessoa Física. O texto isenta pessoas que recebem até R$ 5 mil mensais. A proposta recebeu 493 votos favoráveis e nenhum contra.
Para aproximar essa discussão da população, organizações da sociedade civil lançaram a Calculadora da justiça, uma ferramenta que mostra, de forma simples e personalizada, o impacto das mudanças propostas. A iniciativa é realizada pelo Instituto Lamparina, pelo Made/FEA-USP, pelo Sleeping Giants Brasil e pela Teia de Criadores.
A calculadora, gratuita e acessível por celular e computador, permite que cada contribuinte insira os dados de renda e visualize quanto pode economizar ou pagar a mais. A ferramenta também compara a alíquota efetiva de cada usuário com a dos super-ricos, evidenciando a distorção atual do sistema tributário.
“A discussão sobre justiça tributária costuma ficar restrita a especialistas, mas afeta diretamente a vida de milhões de brasileiros. A Calculadora da Justiça foi criada para tornar esse debate acessível e mostrar, de forma prática, como a reforma pode aliviar muito quem ganha menos e, pra isso, cobrar um pouquinho mais de quem tem muito”, afirma Gabi Juns, diretora executiva da Lamparina.
Ao entrar no site da Calculadora da justiça, o usuário responde a perguntas rápidas sobre a renda, incluindo salário, aposentadoria, aluguel ou lucros e dividendos. Ele também pode optar por informar deduções detalhadas ou usar o desconto simplificado.
Em seguida, a calculadora mostra quanto cada pessoa deixaria de pagar ou passaria a pagar a mais, em valores proporcionais à sua renda.
Para quem ganha até R$ 5 mil, aparece a seguinte mensagem: “Que alívio! Você não vai pagar imposto”. Para rendas intermediárias, aparece o quanto seria economizado por ano. Já quem está entre os super-ricos, visualiza a diferença em relação à média da população.
A ferramenta não exige cadastro, não coleta nem armazena informações pessoais e não substitui a declaração oficial do Imposto de Renda. Os cálculos são aproximados, baseados nos parâmetros da última versão do PL em tramitação.
A intenção do projeto do Imposto de Renda é aumentar o escalonamento dos tributos cobrados com base na chamada alíquota efetiva (encontrada após deduções e isenções).
Para compensar a isenção de até R$ 5 mil, a proposta cria um patamar mínimo de 10% do IR que pode atingir cerca de 141,4 mil contribuintes pessoas físicas de alta renda que hoje recolhem, em média, com alíquota efetiva de 2,5% de IR sobre seus rendimentos totais, incluindo distribuição de lucros e dividendos.
O Plenário da Câmara aprovou o projeto na forma de substitutivo do relator, deputado Arthur Lira (PP-AL). De acordo com o texto, a redução gradual para os rendimentos acima de R$ 5 mil mensais, que antes iriam até R$ 7 mil, passa a contemplar até o valor de R$ 7.350,00 (quanto mais ganha, menor a redução). Acima de R$ 7.350,00 mensais nada muda.
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