A atriz Marcella Rica contou, em entrevista recente, que durante boa parte de sua vida profissional como atriz viveu sob forte repressão em relação à própria sexualidade, especialmente na época em que participou de produções como “Toma Lá da Cá” (2007), “Malhação – Conectados” (2011) e “Lei do Amor” (2019). Ela ainda citou a importância de ter assumido publicamente com a também atriz Vitória Strada em 2019, mas revelou que atualmente prefere preservar sua vida pessoal ao lado da atual namorada, Natália Rosas.
“Tinha que pensar que não podia namorar publicamente, ser vista com uma mulher, muita coisa não podia. A sensação que eu tinha era um personagem para construir outro em cima”, relatou durante entrevista ao podcast Wowcast, comandado por Brunno Rangel e Ma Feitosa.
A artista reconheceu que, possivelmente, poderia ter alcançado ainda mais resultados na profissão caso não tivesse precisado esconder sua orientação sexual. “Tinha a personagem Marcella atriz, o que poderia ter a passabilidade para ser uma atriz dentro do que se esperava dentro dos padrões de heteronormatividade. Em cima daquilo ali, eu construía uma personagem. Isso é muito cansativo”, afirmou. “Acredito muito hoje que, talvez, eu pudesse ter sido uma atriz muito melhor se eu não tivesse essa preocupação”, completou a atriz, que atualmente também atua nos bastidores de produções audiovisuais.
Marcella também mencionou a repercussão de ter tornado público o namoro com Vitória Strada, há seis anos, relação que chegou ao noivado e terminou em 2023. Apesar da separação, elas mantêm amizade. “Na vida, tudo são fases e aprendizados. Não me arrependo de ter vivido uma relação exposta, porque, acho que, naquele momento, era importante por diversos motivos. Não só pelo momento que a gente estava vivendo como comunidade”, declarou.
“Acho que essa relação abriu muitas portas, foi muito importante para outras pessoas que chegaram até mim e me escreviam coisas muito lindas e muito potentes. Foi muito transformador para além da nossa vida e da nossa caixinha”, acrescentou.
Ela também destacou exemplos que a inspiram. “Só posso viver hoje da forma que eu vivo, porque outras pessoas também abriram essas portas antes. Sempre cito a Nanda [Costa], linda, feliz, com a Lan, as filhas mais lindas. Que delícia pode ver que nossas famílias existem e o quanto isso é encorajador”, disse.
Marcella ressaltou ainda a sensação de libertação que sentiu após esse processo. “Por um momento meu de vida de finalmente quebrar esse armário de todas as formas. Fui conquistando minha liberdade e necessidade de ser eu 100% em qualquer lugar aos poucos. Não escondia mais minha relações, mas, não dessa forma libertadora mesmo, de andar de mão dada na rua, fazer foto, fazer o que quiser…Acho que, às vezes, a gente precisa de um outro extremo para falar: ‘Finalmente, saí desse lugar que não pode nada, quero poder tudo agora'”, refletiu.
Hoje, a atriz prefere uma postura mais reservada em relação à vida pessoal, depois de enfrentar efeitos negativos da superexposição. “Fui para um outro extremo, que foi uma superexposição por conta de toda a prisão que eu vivi. Foi ótimo, necessário, mas aprendi muita coisa com isso, como tudo na vida. Que é o fato de colocar uma narrativa da sua vida para as pessoas acompanharem, viverem, darem opinião, palpite, se revoltarem, te odiarem. Recebo ameaças no Instagram até hoje, de ter que levar na delegacia”.
“Não é arrependimento, é aprendizado. A gente vai amadurecendo, hoje entendo onde quero militar, falar de coisas que são relevantes para causa, mas que não precisa ser através da minha intimidade com a minha namorada”, concluiu Marcella Rica.
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